A recente morte de Jorge Ávalos, de 60 anos, atacado por uma onça-pintada em uma propriedade rural no Mato Grosso do Sul, reacendeu o debate sobre segurança em áreas onde esses felinos circulam. Embora ataques a humanos sejam raríssimos, segundo especialistas, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) listou cinco passos fundamentais para quem se deparar com uma onça na natureza.
As orientações não visam causar alarde, mas sim informar. A onça-pintada, maior felino das Américas, tem papel essencial nos ecossistemas e, em geral, evita o contato com humanos. Ainda assim, saber como agir pode evitar situações perigosas.
1. Evite a aproximação
O primeiro e mais importante passo é manter distância. Se você avistar uma onça, não tente se aproximar para observar ou registrar imagens. Afaste-se lentamente e permaneça calmo. Quanto maior a distância, menores os riscos.
2. Nunca corra
Caso esteja frente a frente com a onça, jamais corra ou vire as costas. Esse comportamento instintivo remete ao de uma presa e pode provocar o instinto de ataque no animal.
3. Mantenha o olhar e recue devagar
O ideal é manter o contato visual com o animal e se afastar lentamente, andando para trás, sem fazer movimentos bruscos. A calma é essencial.
4. Atenção ao comportamento da onça
Onças com filhotes ou em período de acasalamento costumam estar mais defensivas. Por isso, qualquer sinal de tensão por parte do animal deve ser levado a sério. Nessas situações, a prioridade deve ser sair do campo de visão da onça com o máximo de cautela possível.
5. Espere antes de seguir caminho
Mesmo após a onça deixar o campo de visão, não retome imediatamente o trajeto. Espere alguns minutos antes de continuar, garantindo que o animal não esteja por perto.
Onças e humanos: convivência possível
Segundo o biólogo Gustavo Figueiroa, da SOS Pantanal, as onças não são naturalmente ameaçadoras para os humanos. “Elas evitam o contato com as pessoas, a não ser quando há provocações ou interferência humana”, explica. Ele destaca ainda que o turismo de observação de onças, comum em áreas do Pantanal e da Amazônia, é seguro quando feito com acompanhamento especializado.
Com mais de 50% da população mundial de onças-pintadas vivendo no Brasil — em biomas como Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga —, o convívio consciente é fundamental para proteger tanto os humanos quanto a espécie.