O Ministério da Saúde iniciou nesta terça-feira (2) a distribuição nacional da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável pela maior parte dos casos de bronquiolite e pneumonia em bebês. O imunizante, gratuito pelo SUS e indicado para gestantes a partir da 28ª semana, tem aplicação imediata nos postos de saúde de todo o país.
De acordo com a pasta, o primeiro lote contém 673 mil doses, parte de um total de 1,8 milhão já adquiridas. O Distrito Federal foi o primeiro a receber o carregamento; os demais estados recebem entre 2 e 3 de dezembro.
O VSR é um dos principais causadores de infecções respiratórias em crianças pequenas. Em 2025, até 22 de novembro, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pelo vírus — 82,5% deles em crianças menores de dois anos (35,5 mil hospitalizações).
A vacina reduz o risco de hospitalização ao oferecer proteção imediata ao recém-nascido ainda nas primeiras semanas de vida. Estudos, como o Matisse, apontam eficácia de 81,8% na prevenção de quadros graves de VSR nos primeiros três meses após o parto.
“Esse é mais um passo decisivo para proteger gestantes e recém-nascidos de uma das infecções respiratórias mais graves do período neonatal. A chegada dessa vacina é uma novidade e reforça o compromisso do SUS com a prevenção e com o cuidado integral das famílias brasileiras”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Como não há tratamento específico para bronquiolite viral, médicos utilizam terapias de suporte, como oxigênio, hidratação e, em alguns casos, broncodilatadores.
Vacinação é dose única e pode ser aplicada junto com influenza e covid
O grupo prioritário são todas as gestantes a partir da 28ª semana, independentemente da idade da mãe. A recomendação é aplicar dose única a cada nova gestação. O Ministério orienta que equipes de saúde aproveitem o momento para atualizar também as vacinas de influenza e covid-19, que podem ser administradas na mesma visita.
A oferta gratuita pelo SUS só foi possível graças a um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que prevê transferência de tecnologia — etapa que permitirá ao Brasil produzir a vacina nacionalmente nos próximos anos. Na rede privada, o imunizante pode custar até R$ 1.500.
Com a distribuição inicial concluída, estados e municípios estão autorizados a começar a vacinação imediatamente. O Ministério da Saúde afirma que garantirá abastecimento contínuo para atender toda a demanda.



