O valor da passagem do metrô no Rio de Janeiro subiu de R$ 7,50 para R$ 7,90 no último sábado (12), tornando-se a mais cara entre todas as capitais brasileiras. O reajuste de 5,33% foi autorizado pela Agência Reguladora de Transportes do Estado (Agetransp) e reacendeu críticas sobre o custo do transporte público no país.
A tarifa, segundo a Agetransp, segue o contrato de concessão firmado com a MetrôRio, e foi calculada com base na inflação acumulada dos últimos 12 meses, medida pelo IPCA. Ainda assim, a alta causou indignação entre os usuários, especialmente pelo fato de o Rio ser a única capital onde o metrô opera sem subsídio governamental.
“Em outras cidades, o subsídio passa de 50%. Quando se paga R$ 5 em São Paulo, por exemplo, o custo real da viagem pode ultrapassar os R$ 10”, afirmou Guilherme Ramalho, presidente da MetrôRio, durante evento de retomada das obras da Estação Gávea.
Tarifa Social tenta conter impacto
Como forma de atenuar os impactos do reajuste, o governo do estado anunciou a manutenção da Tarifa Social, que garante o valor de R$ 5 por viagem a passageiros com renda de até R$ 3.205,20 e cartão Riocard Mais vinculado ao CPF. A medida beneficia cerca de 1,4 milhão de pessoas e pode representar uma economia mensal de R$ 127 por usuário.
“O programa é uma forma de justiça social, pois a inflação tem corroído o salário do trabalhador”, afirmou o governador Cláudio Castro. No entanto a medida ainda é insuficiente diante da ausência de uma política mais ampla de subsídio à tarifa, como já ocorre em outras capitais.
Enquanto o Rio cobra R$ 7,90 por viagem, os valores em outras cidades são significativamente menores: São Paulo (R$ 5,20), Brasília (R$ 5,50), Belo Horizonte (R$ 5,50), Porto Alegre (R$ 4,50), Recife (R$ 4,25), Salvador (R$ 4,10) e Fortaleza (R$ 3,60). A diferença alimenta a insatisfação popular e pressiona o governo a discutir formas de financiamento mais equitativas para o transporte urbano.
Ainda em avaliação, o projeto Tarifa-RJ é uma proposta do Estado para viabilizar o subsídio parcial da passagem, mas não há previsão de quando – ou se – a medida será efetivamente implantada.