Há algumas semanas, o assunto que domina as manchetes é o tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. O governo Trump anunciou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, em parte como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal), que o republicano classifica como uma “caça às bruxas”.
As tarifas ainda não entraram em vigor – isso só acontece a partir desta sexta-feira (1º), mas o anúncio já começou a afetar o preço de vários produtos no mercado nacional. Calma que a gente já explica.
Os EUA são o principal destino de muitos produtos exportados aqui do Brasil, como carne, laranja, outras frutas e café. Com o anúncio do tarifaço, em um cenário de incerteza, muitos produtores brasileiros sentem dificuldade de exportar para os EUA e, consequentemente, sobra mais produto para o consumo interno. Aumentando a oferta doméstica, o preço acaba caindo.
De acordo com matéria do O Globo, carnes e frutas já estão tendo uma queda de preço no atacado. Especialistas hesitam em cravar essa queda como efeito do tarifaço, mas afirmam que existe, sim, uma associação.
Com café, acontece o inverso
Um produto que também parece ter sido afetado, mas de forma oposta, pelo tarifaço é o café. A cotação dos produtos brasileiros fez a cotação do grão subir na bolsa de Nova York, um aumento de 6,8% entre os dias 14 e 17 de julho. Se o aumento do valor do café no mercado for repassado para o varejo, clientes vão sentir no bolso.
Vilão da inflação ao longo dos últimos dois anos, o café teve uma queda rara de preço de 0,36% na prévia do IPCA de julho, um breve alívio para os fãs da bebida.