O Jornal Nacional, principal telejornal da TV brasileira, vive um momento histórico. Depois de 29 anos, William Bonner deixa a bancada e o posto de editor-chefe, abrindo espaço para uma nova geração. A Globo, no entanto, surpreendeu ao voltar atrás em planos anteriores e definir de forma definitiva o substituto: César Tralli, atual apresentador do Jornal Hoje.
Considerado um dos cargos mais influentes do país, o assento do JN sempre foi tratado como uma espécie de “cadeira especial”. A sucessão começou a ser discutida ainda em 2018, quando Dony De Nuccio, então em ascensão na emissora, foi apontado como favorito. Mas sua carreira foi interrompida em 2019, após denúncias sobre contratos de sua empresa com o Bradesco, o que levou à sua saída da Globo.
Outros nomes chegaram a ser ventilados, como Maju Coutinho e Rodrigo Boccardi, que acabaram não seguindo para frente.
Tralli no JN e efeito dominó
A decisão oficializada na última semana confirma que César Tralli será o novo apresentador do Jornal Nacional a partir de novembro. Ele passará a receber cerca de R$ 350 mil por mês, mais que o triplo do salário atual, segundo o colunista André Romano, do Observatório da TV (UOL).
Com isso, a Globo promoveu uma série de mudanças em sua grade jornalística:
- Roberto Kovalick assume o Jornal Hoje;
- Tiago Scheuer deixa o Bom Dia São Paulo para comandar o Hora 1;
- Bonner passa a integrar o Globo Repórter, ao lado de Sandra Annenberg, em 2026.
Movimentações na GloboNews
Enquanto isso, a GloboNews também anunciou alterações. Natuza Nery foi efetivada no comando do Edição das 18, e Rafael Colombo entrou no time do Conexão GloboNews ao lado de Leilane Neubarth e Camila Bomfim. Já Malu Gaspar passa a reforçar o time de comentaristas fixos.
A saída de Bonner marca o fim de uma era. O jornalista, que há quase três décadas dá “boa noite” a milhões de brasileiros, será substituído por Tralli em um processo que mostra tanto a força quanto a complexidade das transições no maior telejornal do país.