Ame ou odeie, não tem como negar que a série Tremembé, do Prime Video, é um sucesso. Lançada no dia 31 de outubro, a produção se tornou o maior sucesso nacional do streaming desde a sua chegada ao Brasil, lá em 2016, segundo o próprio Prime Video. A série de prisão obviamente atraiu muita atenção por se inspirar nas histórias de criminosos reais e muito conhecidos, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Apesar de ser basicamente uma história de prisão (à la Orange is the new Black), a presença desses criminosos transformou a série em mais um exemplar do fenômeno true crime. Histórias de crimes reais, seja relatos documentais ou ficcionalizados, têm feito muito sucesso nos últimos anos, gerando debates éticos e até morais: afinal, o que explica a fascinação do público por essas histórias?
Consultada pela Istoé, a neuropsicanalista Priscila Gasparini Fernandes, doutorada pela USP, explica que essa curiosidade sobre crimes é um comportamento “normal e esperado”. Segundo a especialista, desde a antiguidade, quando tínhamos espetáculos de execução de criminosos em praça pública, o ser humano sente curiosidade em relação a crimes e violência.
”A curiosidade é a chave em relação ao fascínio da violência. As pessoas tem o interesse e, por curiosidade, querem acompanhar o caso, assistir e avaliar cada detalhe, mas de uma maneira segura, onde não correm perigo, em um ambiente controlado”, explica a psicanalista.
Ela ainda completa que, de certa forma, a pessoa que está consumindo aquele conteúdo tem um certo alívio: pelo menos aquele crime horroroso aconteceu com outra pessoa, não com ela ou com alguém que ela ama.
Tremembé
“A chegada de Suzane Von Richthofen abala a ordem em Tremembé e inicia uma disputa com Elize Matsunaga, enquanto Jatobá, Nardoni, Roger, Daniel e Cristian Cravinhos, entre outros criminosos, desafiam o sistema, em meio a conflitos internos e externos” (sinopse oficial do Prime Video).




