A Ucrânia confirmou nesta quinta-feira (12) ter lançado um ataque-surpresa com drones de longo alcance contra uma plataforma petrolífera russa no Mar Cáspio, ampliando significativamente o alcance de sua campanha para atingir a infraestrutura energética que sustenta o esforço de guerra de Moscou. A ação, mantida em sigilo até agora, elevou a tensão internacional e sinaliza uma nova fase do conflito.
Segundo o governo ucraniano, o ataque integra uma estratégia de “estrangulamento energético” da Rússia, que desde agosto intensificou a ofensiva contra refinarias, oleodutos e terminais de exportação.
Entre agosto e novembro, ao menos 77 instalações energéticas russas foram atingidas — quase o dobro do registrado nos sete meses anteriores, segundo o ACLED (Armed Conflict Location & Event Data Project). Apenas em novembro, houve 14 ataques a refinarias e quatro ofensivas contra terminais marítimos.
O comissário de sanções da Ucrânia, Vladyslav Vlasiuk, definiu a tática como o início das “sanções de longo alcance”.
“Estamos mirando diretamente a principal fonte de renda do Estado russo. Quanto mais vulnerável a infraestrutura energética, menor a capacidade de Moscou de sustentar a guerra”, afirmou.
Os novos alvos incluem:
- plataformas offshore;
- gasodutos estratégicos;
- navios petroleiros;
- terminais no Mar Cáspio, Mar Negro e Mar Báltico.
A Rosneft, gigante estatal russa, teve a refinaria de Saratov atingida oito vezes desde agosto, quatro apenas no último mês.
Mortes de civis aumentam e infraestrutura da Ucrânia colapsa
A escalada na frente energética ocorre enquanto civis ucranianos enfrentam um dos períodos mais críticos desde o início da guerra. Entre agosto e novembro, 1.420 pessoas morreram e 6.545 ficaram feridas — um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado e quase 40% ante os seis meses anteriores.
O relatório das Nações Unidas destaca que, entre as vítimas, estavam 61 profissionais de saúde, 99 socorristas, seis jornalistas e 13 trabalhadores humanitários.
A região de Ternopil, no oeste do país, sofreu o ataque mais mortal desde 2022: uma ofensiva combinada de drones e mísseis matou 36 civis em 19 de novembro.
Hospitais, clínicas e prédios residenciais foram destruídos em zonas de combate, deixando comunidades inteiras sem atendimento básico, água, eletricidade e aquecimento. Em algumas regiões, o corte de energia chegou a 18 horas diárias, após oito grandes ondas de ataques russos à rede elétrica em outubro e novembro.



