Recentemente, morreu o último macho da espécie do rinoceronte-branco-do-norte (Ceratotherium simum cottoni). Agora, restam apenas duas fêmeas vivas, mãe e filha, que não conseguem gerar descendentes de forma natural. Mas isso não significa, necessariamente, o futuro da espécie.
Segundo a ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais), pesquisadores estão tentando garantir o legado genético da espécie. As duas fêmeas restantes já tiveram seus óvulos coletados e podem ser implantados em rinocerontes-brancos-do-sul, que seriam “mães de aluguel”.
Mas não é tão simples assim. Especialistas alertam que, mesmo se eles conseguirem ajudar filhotes a nascerem em laboratório, os animais só conseguiriam sobreviver em áreas protegidas, livres da caça e com alimento suficiente. Essa dificuldade em garantir um habitat seguro é o principal motivo do desaparecimento quase total dessa espécie de rinocerontes.
“Esses animais têm direito à vida e ao espaço no mundo. Quando permitimos que desapareçam, não perdemos apenas uma espécie: perdemos equilíbrio, história e a própria essência da natureza”, declaram organizações de proteção animal.
O rinoceronte-branco-do-norte desapareceu por causa de caça ilegal
Além da destruição do seu habitat natural por causa do avanço da urbanização, o principal fator que levou ao desaparecimento da espécie foram os anos de caça ilegal desses animais, motivada pelo comércio ilegal dos chifres.
Os chifres são muito usados pela medicina tradicional chinesa – apesar de não existirem evidências científicas comprovando seus benefícios -, tendo se tornado símbolo de status e riqueza em comunidades asiáticas. Por fim, a caça ilegal de rinocerontes ainda é muito popular como “esporte” e “hobby recreativo”, explica o blog Rhino Africa.