Fundada em 2000 por Sidney Oliveira, a Ultrafarma construiu sua reputação vendendo medicamentos a preços muito abaixo da média do mercado. O modelo de negócios se baseia na compra em grandes volumes diretamente de distribuidores e laboratórios, permitindo descontos agressivos.
Além das lojas físicas, a empresa ganhou destaque no comércio eletrônico, oferecendo remédios de referência e genéricos com entrega para todo o Brasil. A publicidade sempre explorou a figura de Oliveira, que atuava como garoto-propaganda, aproximando a marca do consumidor.
A operação que abalou o setor
Na última terça-feira (12), o Ministério Público de São Paulo deflagrou a Operação Ícaro, que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado e grandes empresas varejistas. Sidney Oliveira foi preso temporariamente, junto com o diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, e dois auditores fiscais.
Segundo o MP-SP, o auditor Artur Gomes da Silva Neto, apontado como “cérebro” da fraude, manipulava processos administrativos para liberar créditos de ICMS indevidos ou antecipados. Em troca, recebia propinas milionárias pagas por meio de empresas de fachada, incluindo uma registrada em nome de sua mãe.
Esquema bilionário e possíveis crimes
A investigação aponta que mais de R$ 1 bilhão em propinas circularam desde 2021. Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O MP afirma que Sidney Oliveira já havia firmado um Acordo de Não Persecução Penal reconhecendo irregularidades tributárias, com valores sendo parcelados e pagos. A defesa do empresário alega não ter tido acesso aos autos da nova investigação, que corre em segredo de Justiça.
Impacto e próximos passos
A prisão de Oliveira impacta diretamente a imagem da Ultrafarma, líder no e-commerce farmacêutico brasileiro e proprietária de outras marcas como Óticas Ultrafarma e Ultrafórmulas. As diligências continuam, e não há decisão judicial que altere a prisão temporária do empresário até o momento.
O caso expõe como fraudes fiscais complexas podem envolver grandes empresas e servidores públicos, causando prejuízos significativos aos cofres públicos e levantando questionamentos sobre a fiscalização tributária no país.