O que parecia uma prática segura e saudável acaba de ser colocado em xeque. Um estudo publicado na revista científica JAMA Network revelou que o uso rotineiro de multivitamínicos pode estar associado a um risco maior de morte precoce, contrariando a crença popular de que essas cápsulas fortalecem a saúde e prolongam a vida.
A pesquisa, liderada por cientistas do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, acompanhou quase 400 mil adultos ao longo de mais de 20 anos. Os resultados surpreenderam: usuários frequentes de multivitamínicos apresentaram uma leve elevação na taxa de mortalidade, especialmente nos primeiros anos do estudo.
Estudo de longo prazo e dados preocupantes
A investigação utilizou informações de três grandes estudos iniciados na década de 1990, com foco em participantes saudáveis. A meta era analisar se o consumo de suplementos vitamínicos tinha algum efeito sobre o risco de morte.
A conclusão foi clara: não há evidência de que multivitamínicos aumentem a expectativa de vida. Pelo contrário, os dados sugerem um risco potencial à saúde quando esses suplementos são usados indiscriminadamente.
“O uso para melhorar a longevidade não é apoiado”, afirmam os pesquisadores.
Quando os suplementos realmente ajudam?
O uso de vitaminas é relevante apenas em situações específicas, como em casos de deficiências clínicas comprovadas. Veganos, por exemplo, podem precisar de suplementação de vitamina B12. Pessoas que vivem em locais com pouca exposição solar podem se beneficiar de doses de vitamina D.
Nesses contextos, os suplementos devem ser prescritos por profissionais de saúde — e nunca substituem uma alimentação equilibrada.