O Ministério da Saúde abriu nesta semana uma consulta pública para avaliar a inclusão da vacina contra meningite meningocócica do tipo B (Meningo B) no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS). A medida representa um passo importante para ampliar a proteção da população contra uma das doenças mais graves e letais: a meningite bacteriana.
Atualmente, o SUS oferece vacinas que protegem contra os sorogrupos A, C, W e Y, mas não contra o tipo B, que é responsável pela maioria das mortes relacionadas à doença. Nas clínicas privadas, o imunizante do tipo B já está disponível, aplicado em três doses: aos 3, 5 e 12 meses de idade.
A meningite meningocócica é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode levar à morte em poucas horas. A transmissão ocorre principalmente pelo ar, e os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça intensa, febre e redução do nível de consciência.
Segundo dados do Ministério da Saúde, até agora foram registrados 2.357 casos e 454 mortes por meningite bacteriana no Brasil. Entre os sobreviventes, 10% a 20% desenvolvem sequelas graves, como surdez, amputações e danos neurológicos.
Custo e impacto para os cofres públicos
A previsão é que a inclusão da vacina contra o meningococo B no SUS gere um custo de R$ 6 bilhões em cinco anos. No entanto, a indústria farmacêutica argumenta que a medida reduzirá significativamente os gastos públicos com internações e tratamentos de sequelas da doença.
A consulta pública para avaliar a inclusão da Meningo B ficará aberta até 13 de agosto, no site da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). Após essa etapa, as contribuições serão analisadas e um relatório final indicará se a vacina será incorporada ao calendário oficial.
Atualização: ACWY já faz parte do calendário infantil
Enquanto avalia a inclusão da Meningo B, o Ministério da Saúde já iniciou a aplicação da vacina meningocócica ACWY para crianças de 12 meses. Antes, a vacina era ofertada apenas para adolescentes de 11 a 14 anos, como reforço. A nova Nota Técnica nº 77/2025 determina que o reforço aplicado aos 12 meses seja substituído pela ACWY, ampliando a cobertura contra os sorogrupos A, C, W e Y.
“Agora, o SUS garante ainda mais proteção contra as formas mais graves de meningite bacteriana. A vacina ACWY, antes aplicada apenas na adolescência, passa a ser ofertada também para crianças de até um ano”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Crianças que já receberam as duas doses da vacina meningocócica C e a dose de reforço não precisam receber a ACWY neste momento. Mas aquelas que ainda não tomaram a dose de 12 meses poderão receber a ACWY como reforço.