O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve seu estado de saúde atualizado nesta quarta-feira (2), após ser submetido a uma endoscopia no Hospital DF Star, em Brasília. O exame revelou um quadro de esofagite intensa com erosões na mucosa do esôfago e gastrite moderada, segundo boletim assinado pelos médicos Claudio Birolini (cirurgião geral) e Leandro Echenique (cardiologista).
A equipe médica decidiu reforçar o tratamento medicamentoso, iniciado há alguns dias, e recomendou repouso absoluto, dieta controlada e restrição na fala.
“Será intensificado o tratamento medicamentoso. Seguem as orientações para moderação da fala, dieta regrada e repouso domiciliar”, diz trecho do comunicado.
Crise de saúde interrompe agenda política
Bolsonaro foi internado na terça-feira (1) após apresentar crise de soluços e vômitos. Desde então, ele cancelou toda a agenda de eventos políticos de julho, num momento em que retomava articulações com vistas às eleições municipais e à construção de sua possível candidatura para 2026.
A pausa acontece em meio a pressões internas no PL e a especulações sobre sua capacidade de liderar a base conservadora nas eleições do próximo ano. Parlamentares da própria sigla têm expressado reservas quanto à viabilidade de uma candidatura de Bolsonaro, citando tanto questões judiciais quanto de saúde.
Histórico de complicações
O estado clínico atual é mais um episódio da série de problemas enfrentados por Bolsonaro desde a facada sofrida em 2018, durante a campanha presidencial. O atentado deixou sequelas no sistema digestivo, o que o levou a mais de cinco cirurgias abdominais e episódios frequentes de soluços, refluxos, internações e infecções.
Médicos alertam que os problemas recorrentes no esôfago e no estômago — agravados por eventos recentes como pneumonia e crises gástricas — exigem acompanhamento constante e podem afetar sua resistência física e presença em futuras campanhas.
Se a recuperação exigir um afastamento prolongado, isso pode abrir espaço para outras lideranças da direita e gerar um reposicionamento nas estratégias eleitorais da legenda.
Ainda não há previsão de retorno aos compromissos públicos.




