O ouro é um dos ativos mais tradicionais do mundo, considerado um porto seguro em tempos de instabilidade econômica, inflação alta ou crises globais. Agora, investidores brasileiros contam com uma nova forma de acessar esse mercado sem precisar comprar o metal físico: o contrato futuro de ouro lançado pela B3.
Desde 21 de julho, a B3 disponibiliza para negociação o contrato futuro de ouro, com ticker GLD, desenvolvido para facilitar o acesso ao metal precioso em um ambiente de bolsa regulado.
O contrato tem tamanho de apenas 1 onça (cerca de 32 gramas), o que o torna mais acessível que outros contratos tradicionais como mini-índice e minidólar. Além disso, ele possui liquidação exclusivamente financeira e segue como referência o preço internacional do ouro.
Segundo Luiz Masagão, vice-presidente de Produtos e Clientes da B3, o objetivo é democratizar o acesso ao mercado:
“O lançamento do Futuro de Ouro é um passo importante na democratização de produtos sofisticados. Ao oferecer uma solução local inspirada no sucesso dos nossos minicontratos, permitimos que o investidor de varejo acesse o mercado de ouro de forma eficiente e segura, sem a necessidade de buscar estruturas no exterior ou em mercados não regulados.”
O produto é voltado principalmente para investidores pessoa física, mas também atende fundos de investimento e investidores institucionais que desejam operar com mais eficiência no mercado local.
Por que investir em ouro?
Historicamente, o ouro é visto como reserva de valor devido à sua escassez e alta liquidez. Em momentos de crise, como a pandemia de 2020, a cotação disparou e bateu US$ 2 mil por onça, com alta de 56% no ano.

Além da proteção contra crises, o metal é usado como hedge contra inflação e oscilações cambiais. Bancos centrais de países como Sérvia, Tailândia e Gana vêm aumentando suas reservas em ouro para garantir estabilidade em meio à volatilidade global.
Estudos do World Gold Council indicam que um em cada cinco bancos centrais pretende ampliar as reservas no próximo ano.
Como investir em ouro sem comprá-lo fisicamente
Existem três principais formas para investir em ouro no Brasil:
Contratos futuros na B3 – Agora, com o Futuro de Ouro (GLD), é possível negociar contratos menores e mais acessíveis, com liquidação financeira. Essa modalidade serve tanto para proteção patrimonial (hedge) quanto para operações de curto prazo como day trade e swing trade.
ETFs de ouro – Fundos de índice que replicam a variação do preço do ouro e podem ser comprados diretamente na Bolsa, como qualquer ação.
Fundos de investimento em ouro – Administrados por gestoras, oferecem uma maneira prática de exposição ao metal, sem necessidade de operar diretamente contratos futuros.
Especialistas recomendam analisar o cenário econômico antes de tomar a decisão. Em períodos de alta da inflação, crises políticas ou instabilidade global, o ouro tende a se valorizar. Em contrapartida, quando os juros estão elevados, como nos Estados Unidos, investidores podem preferir títulos do Tesouro americano, o que pressiona a cotação do ouro para baixo.