Nas redes sociais, cresce a popularidade de receitas de “whey caseiro”, geralmente feitas com proteína de soja, leite em pó e cacau. Com promessa de custo menor e bons níveis de proteína, a mistura tem atraído quem busca alternativas mais baratas ao suplemento industrializado. Mas especialistas explicam que, apesar de ser uma opção proteica, o nome “whey” não se aplica corretamente ao produto feito em casa.
A receita mais comum leva proteína de soja texturizada ou extrato de soja, leite em pó e, às vezes, aditivos como suco em pó ou cacau para dar sabor. Essa combinação entrega uma boa quantidade de proteína vegetal, mas não contém a proteína do soro do leite — a verdadeira base do whey protein tradicional.
A nutricionista Tatiana Duarte explicou ao portal Tudo Gostoso que chamar a mistura de whey é um erro conceitual. O whey verdadeiro é produzido a partir do soro do leite, com alta concentração proteica e rápida absorção.
Enquanto o whey protein concentrado possui de 70% a 80% de proteína, o caseiro tem concentração mais baixa — e, dependendo da proporção dos ingredientes, pode ser necessário consumir o dobro da quantidade para atingir o mesmo nível proteico.
Além disso, o whey industrializado tem alto valor biológico, ou seja, fornece todos os aminoácidos essenciais em proporções ideais para o corpo humano, com absorção mais eficiente — fator essencial para quem treina intensamente ou precisa de suplementação específica.
Se preparado com ingredientes confiáveis e armazenado corretamente (em local seco e fechado), o suplemento artesanal é seguro para o consumo. No entanto, não tem a mesma eficácia que o whey tradicional. Se usar leite líquido na receita, a validade cai para até 24 horas na geladeira.
Em resumo, o “whey caseiro” não é whey de verdade, mas pode funcionar como uma mistura proteica complementar — desde que o consumidor esteja consciente das suas limitações e não substitua, sem orientação, uma alimentação balanceada.