Para quem costuma suspirar diante das longas filas e do ritual cansativo de remover líquidos e eletrônicos da bagagem de mão nos aeroportos, uma boa notícia vem do Reino Unido: a tecnologia chegou para transformar a experiência de embarque. Diversos aeroportos britânicos já contam com novos equipamentos de segurança capazes de escanear bagagens com muito mais eficiência, tornando o processo mais ágil e menos estressante para os passageiros.
A inovação está nos scanners com tecnologia de tomografia computadorizada (CT), semelhantes aos usados em hospitais. Com imagens em 3D e capacidade para identificar substâncias com precisão, esses aparelhos permitem que líquidos, laptops e tablets permaneçam dentro da mala durante a inspeção. Isso representa um avanço significativo em relação aos protocolos implementados em 2006, quando foi estabelecido o limite de 100ml por recipiente como medida emergencial contra ameaças terroristas.
Regra impõe limite
Embora essa limitação de volume continue valendo — ou seja, frascos com mais de 100ml ainda precisam ser despachados — a obrigatoriedade de colocar os líquidos em sacos plásticos transparentes e removê-los da bagagem deixou de existir em aeroportos onde os novos scanners já operam.
A medida foi pensada para modernizar os processos de segurança, reduzir filas e agilizar o fluxo de passageiros nas áreas de inspeção. E deu certo. Em aeroportos como Gatwick, Birmingham, Bristol, Edimburgo, Leeds Bradford, Newcastle, Southend e Teesside, os novos sistemas já estão em funcionamento e têm agradado tanto viajantes quanto profissionais da área de segurança.
No entanto, o cenário ainda é de transição. Apesar da promessa inicial de que todos os grandes aeroportos britânicos estariam adequados até junho de 2024, alguns terminais não conseguiram concluir as atualizações a tempo. Heathrow, o maior e mais movimentado do Reino Unido, por exemplo, segue com os procedimentos antigos enquanto finaliza a instalação dos equipamentos.
Mais recentemente, em junho de 2024, o Departamento de Transportes britânico surpreendeu ao determinar, temporariamente, a volta do limite rígido de 100ml mesmo em aeroportos já modernizados. A decisão ocorreu após falhas pontuais na identificação de itens potencialmente perigosos. Ainda assim, os passageiros não precisam mais retirar os líquidos da bagagem — o que segue como um alívio.
Governo Britânico
Enquanto isso, o desafio global permanece: a falta de padronização nas regras de segurança entre países e até mesmo entre aeroportos do mesmo território. Viagens internacionais exigem atenção redobrada, já que as normas podem mudar de um terminal para outro. O próprio Reino Unido ainda convive com diferentes protocolos, dependendo do aeroporto.
Mesmo com os ajustes temporários, o avanço tecnológico nos aeroportos britânicos já é considerado um divisor de águas na experiência dos viajantes. A expectativa é que, à medida que a implementação se consolide e os sistemas se tornem mais precisos, a flexibilidade nas regras avance — sem comprometer a segurança.
Para os passageiros, o recado é claro: a era de desmontar a mala na fila do raio-X começa, enfim, a chegar ao fim.