Durante depoimento no julgamento antitruste da empresa Google nos Estados Unidos, realizado nesta quarta-feira (07), o vice-presidente sênior de serviços da Apple, Eddy Cue, fez uma declaração surpreendente: o iPhone, maior símbolo da empresa e responsável por boa parte de sua receita, pode deixar de ser necessário nos próximos anos. Segundo ele, a causa dessa mudança seria a evolução da inteligência artificial (IA).
Cue explicou que a tecnologia está passando por uma transformação radical, e que mesmo gigantes consolidadas – como a Apple – podem ser impactadas. “Você pode não precisar de um iPhone daqui a 10 anos”, afirmou, comparando o cenário atual ao passado de empresas como HP, Intel e Sun Microsystems, que já dominaram o setor, mas hoje estão em declínio ou desapareceram.

Dispositivos podem se tornar obsoletos
A declaração foi feita em resposta a perguntas sobre o impacto da IA no setor de buscas, foco do julgamento que questiona o domínio da Google nessa área. Para Cue, o avanço da IA representa uma “enorme mudança tecnológica” com o poder de deslocar empresas que pareciam inabaláveis — o que, segundo ele, só se supera com inovação constante e coragem para substituir até os próprios produtos campeões de vendas, como a Apple fez ao aposentar o iPod em favor do iPhone.
Embora Cue tenha frisado que o iPhone continua sendo essencial no presente, ele não descartou que dispositivos como smartwatches, óculos inteligentes e fones com IA integrada assumam funções hoje centralizadas no smartphone. Rumores indicam que a Apple já estaria desenvolvendo tecnologias nesse sentido, à semelhança dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta.
A fala de Cue reforça a urgência das grandes empresas em se adaptarem à nova era digital. Em um setor moldado por avanços velozes e pela imprevisibilidade do comportamento do consumidor, até mesmo o fim do iPhone pode deixar de ser uma ideia absurda — e se tornar uma questão de tempo.