O assunto das últimas semanas foram os bebês reborn, que já existem há anos no mercado. As bonecas super realistas viraram alvo de discussão nas redes sociais, com pessoas questionando se é ou não saudável passar tanto tempo cuidando de um objeto inanimado. Mas além dessa discussão de saúde mental, a (autoproclamada) vidente Izadora Morais tem outra opinião: os bebês reborn são “portais do mal”.
“Essas bonecas são feitas para preencher vazios, mas estão se tornando morada de algo muito maior e muito mais sombrio. O mal evoluiu: saiu das telas e agora toma forma em carne de silicone. As bonecas retratam espíritos do mal disfarçados de inocência. O alerta é sobrenatural”, afirmou Izadora em vídeo publicado nas redes.
A “vidente” ainda afirmou que influenciadoras e artesãs ligadas ao universo dos bebês reborn devem ganhar muita fama e espaço na mídia, mas que isso terá um preço altíssimo. “O fim será trágico: doença mental, falência, ruína.”
A ideia de bonecas serem associadas a satanismo não é exatamente original. Lembra das várias lendas urbanas envolvendo a boneca da Xuxa ou o boneco do Fofão nos anos 90?
Bebês reborn podem ser sinal de doença mental?
Não necessariamente. De acordo com uma matéria do O Globo, especialistas defendem que ter um vínculo com um bebê reborn não precisa ser um sintoma psicológico – claro, desde que a pessoa tenha plena consciência que se trata de um brinquedo, não de uma criança de verdade.
“Do ponto de vista psicológico, o vínculo com o bebê reborn não significa a existência de uma patologia. Pelo contrário, a boneca pode ser útil no desenvolvimento e amadurecimento do lúdico, além de trabalhar a criatividade”, explicou Gisele Hedler, psicanalista e CEO da Faculdade de Saúde Avançada (FSA).
O problema é se a pessoa passar a tratar a boneca como um ser vivo. Roberta França, psiquiatra, geriatra e professora da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), comentou: “perder o entendimento de que se trata de um objeto é o ponto no qual a brincadeira perde sua graça”.
Nesses casos, o uso do bebê reborn pode ser uma forma de compensação emocional.