Em agosto deste ano, a China enfrentou um surto do vírus chikungunya, com mais de 7.000 casos registrados, principalmente na cidade de Foshan, próxima a Hong Kong. O chikungunya é transmitido por mosquitos e apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, como febre e dores articulares. Crianças, idosos e pessoas com condições de saúde preexistentes estão entre os mais vulneráveis.
Para combater o surto, a China adotou uma abordagem multifacetada e inovadora. As medidas preventivas incluem o uso de redes mosquiteiras e a aplicação de desinfetantes em áreas públicas. As autoridades ameaçaram aplicar multas de até 10.000 yuan e cortes de eletricidade a quem não eliminar água parada, ambiente ideal para larvas de mosquitos. Além disso, drones foram usados para localizar focos de mosquitos.
No Brasil, o vírus chikungunya permanece como um desafio significativo, mesmo após uma década de sua chegada ao país. Em 2025, o Brasil registra 121.803 casos de chikungunya e 113 óbitos até setembro, destacando a dificuldade persistente de controlar a doença.
As regiões Centro-Oeste enfrentam surtos significativos. A disseminação do vírus é impulsionada pela presença dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, vetores também responsáveis pela transmissão da dengue e zika.
Nos últimos anos, o aumento das temperaturas, associado às mudanças climáticas, tem criado condições ideais para a proliferação desses mosquitos. Outro fator complicador é a resistência crescente do Aedes aos inseticidas comuns, exigindo abordagens inovadoras para conter a disseminação da chikungunya.
Controle vetorial
O controle do vetor é essencial na luta contra a chikungunya. A infra-estrutura inadequada, combinada com o clima favorável, agrava ainda mais a situação. O saneamento insuficiente em várias regiões tropicais do país dificulta o manejo efetivo dos criadouros de mosquitos.
As medidas tradicionais, como eliminação de criadouros, são fundamentais, mas insuficientes sozinhas para conter a doença.
O Ministério da Saúde do Brasil introduziu novas tecnologias, como mosquitos geneticamente modificados pela Oxitec e o método Wolbachia, para reduzir a transmissão viral. Estas tecnologias têm mostrado bons resultados em diversas cidades, reduzindo significativamente a população de mosquitos transmissores.