No bairro de Vargem Grande, na zona sul de São Paulo, uma descoberta geológica destaca-se: a comunidade foi construída dentro da Cratera de Colônia. Esta cratera, identificada por cientistas da Universidade de São Paulo na década de 1960, é uma estrutura geológica rara, posicionada próxima a uma grande cidade.
Com 3,6 km de diâmetro e 300 metros de profundidade, o impacto que a formou ocorreu entre 36 milhões e 5 milhões de anos atrás.
A identificação da cratera foi resultado do uso de imagens aéreas e, posteriormente, de análises geológicas detalhadas. Este evento geológico notável, que transformou a região, ainda hoje é objeto de estudo por universidades como USP e Unicamp.
A área, atualmente ocupada por cerca de 40 mil pessoas, faz parte de uma das únicas crateras habitadas no mundo.
Desde a confirmação de sua origem, a cratera se tornou um ponto central para pesquisas. Em 2007, criou-se o Parque Natural Municipal Cratera de Colônia, com o objetivo de proteger o local de ocupações ilegais e conservar seus ecossistemas.
Este espaço também serve de laboratório a céu aberto, promovendo investigações sobre a evolução da Mata Atlântica e espécies extintas, em colaboração com instituições acadêmicas nacionais e internacionais.
Impacto histórico
O impacto do meteorito que criou a Cratera de Colônia transformou drasticamente a paisagem. O solo foi escavado significativamente, alterando o relevo da região.
Essas marcas são continuamente analisadas por geólogos e biólogos, que procuram compreender as alterações ambientais ao longo dos milênios. A presença humana, só intensificada na década de 1980, levou à consolidação do bairro sobre essa extraordinária formação geológica.
Com o intuito de proteger um patrimônio tão significativo, medidas foram tomadas para salvaguardar a área da cratera. O estabelecimento do parque natural visou tanto a proteção ambiental quanto a preservação do local para estudos contínuos.