Logística reversa ganha amplitude no Estado

Pelo menos seis municípios receberão pontos para coleta de resíduos

22 de junho de 2022 às 0h30

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Crédito: Reprodução

Pelo menos seis municípios mineiros terão implementados sistemas de logística reversa para resíduos eletroeletrônicos e eletrodomésticos até o fim deste exercício. Cidades como Belo Horizonte, Contagem (RMBH) e Uberlândia (Triângulo) já contam com processos em operação, enquanto Juiz de Fora (Zona da Mata), Betim (RMBH) e Montes Claros (Norte) estão em vias de tirar do papel.

Os números visam a atender ao avanço gradativo determinado pelo Decreto Federal 10.240, publicado em dezembro de 2020, que regulamentou o modelo operacional da logística reversa no Brasil. A determinação obriga os fabricantes e importadores de eletroeletrônicos a disponibilizar sistemas e comprovar resultado de coleta de maneira crescente, alcançando 17% de suas vendas em 2025. Para este ano a meta é de 3%.

Distribuidores, comerciantes e consumidores também possuem responsabilidade compartilhada e obrigações dentro do sistema. Isso porque se entende que este processo depende do envolvimento de todo o setor para que possa ser bem-sucedido.

De acordo com a diretora de gestão de resíduos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Alice Libânia, o papel do Executivo estadual está, justamente, no fomento e implementação dos sistemas de logística reversa. Tanto a Feam quanto a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) atuam de maneira a articular e cobrar o atuação de cada um dos atores.

“A atuação de Minas Gerais é ainda mais desafiadora, já que estamos falando do estado com maior número de municípios e maior malha rodoviária. Estamos trabalhando junto com todos os agentes do processo, como fabricantes, distribuidores, comércio e até consumidores, em vistas da ampliação dessa estruturação da logística reversa. Existe um grande potencial para fomento de um parque de economia verde e circular”, explica.

Alice Libânia ressalta que a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree) e a Green Eletron são as gestoras dos sistemas de logística reversa de eletroeletrônicos que vêm sendo implantados Brasil afora em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10).

Logística reversa no Brasil

Segundo o governo federal, o Brasil tem 3,4 mil pontos de recebimento de produtos eletrônicos para reciclagem. Também já há 21 centrais de logística reversa em capitais, com a cobertura para mais de 1,5 mil municípios. Esses pontos viabilizam a logística reversa e a destinação ambientalmente correta dos equipamentos já sem uso e estão presentes em todos os estados brasileiros.

De acordo com o presidente da Abree, Sergio de Carvalho Mauricio, ao todo já são 3,7 mil pontos de coleta da associação, cobrindo todos os estados brasileiros em mais de 1,2 mil municípios. Apenas em Minas são mais de 400 pontos destinados ao recebimento de resíduos eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

“A Abree é uma associação sem finalidade econômica e foi criada por fabricantes e importadores. Hoje são 54 empresas associadas que vendem 186 marcas de produtos de diferentes categorias. De fones de ouvido a geladeiras, passando por todos os segmentos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. O trabalho da entidade tem sido de desenvolver a chamada logística reversa, em um processo que começa com um consumidor consciente da importância do descarte adequado desses materiais”, afirma.

A associação faz a coleta dos materiais e os destina para uma central onde passam por uma primeira triagem para posterior classificação e encaminhamento final. Antes de serem remanufaturados são desmontados e em alguns casos até descontaminados e tratados para que possam ser triturados e reinseridos em alguma cadeia produtiva.

Entre a última semana e esta, Minas Gerais recebeu duas dessas centrais da Abree. Uma na Capital e outra em Montes Claros. No mês que vem, será a vez de Uberaba (Triângulo).

“O objetivo das centrais é garantir que funcionem como ponto de recebimento desses produtos que são depositados em coletores espalhados Brasil afora. A partir daí temos a certeza que o produto vai ser realmente levado para um local adequado. Assim, o trabalho que se inicia com um consumidor consciente vai, de fato, contribuir para o meio ambiente de duas maneiras. Primeiro garantindo a destinação correta desses materiais; segundo, reinserindo esses itens em algum processo de produção, gerando emprego e renda em toda uma cadeia”, conclui.

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