Mostra de decoração ocupa prédio do P7 Criativo

Um dos marcos desta edição é que ela também traz propostas ao mundo corporativo

2 de julho de 2022 às 0h30

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Projeto do arquiteto Luiz Ribeiro partiu do conceito da neuroarquitetura de “ambiente enriquecido” | Crédito: Gustavo Xavier

A mostra Modernos Eternos, instalada no P7 Criativo – no Hipercentro da Capital -, até o próximo dia 7 de julho, está tomando a capital mineira com arte, design e intervenção urbana. Um dos marcos da arquitetura moderna, com projeto desenvolvido por Oscar Niemeyer, localizado na Praça 7, o P7 é a primeira agência de desenvolvimento criativo do Brasil e recebe a sétima edição do evento que expõe o melhor da decoração, em seus pilares de mix&match de peças vintage e contemporâneas, com muita arte e equilíbrio.

Ao todo, nove andares do P7 estão tomados em 39 ambientes assinados por 44 profissionais consagrados e jovens talentos e mais de 70 parceiros, entre fornecedores e apoiadores. Um dos marcos desta edição é que além de estar sendo realizada pela primeira vez em um imóvel corporativo, também apresenta um ambiente totalmente dedicado às empresas.

Para a montagem do espaço, o arquiteto Luiz Henrique Ribeiro partiu do conceito da neuroarquitetura de “ambiente enriquecido”, que são aqueles que contemplam escolhas que melhoram o desempenho humano. O modelo surge da premissa de que os profissionais passam a maior parte de suas rotinas dentro das empresas. Por isso, espaços agradáveis, convidativos e confortáveis são indispensáveis, tanto em termos de rendimento quanto de qualidade de vida.

Com isso, se antes o foco do design de interiores era impressionar os clientes, agora ele também é voltado à convivência dos colaboradores. Ainda, na construção de um local que valorize as pessoas, engajando-as cada vez mais no dia a dia do trabalho. E, diante das mudanças impostas pela pandemia, com modelos de trabalho híbrido sendo adotados cada vez mais pelas empresas, características desse modelo se tornam ainda mais fundamentais nos momentos em que colaboradores se encontram no escritório.

É o que explica o arquiteto. “Quis fazer um ambiente que retratasse esse novo panorama das empresas, que diminuíram seus tamanhos físicos e se preocupam cada vez mais com o bem-estar dos profissionais. Com menos bancadas de trabalho e mais espaços coletivos e de conveniência e convivência. Dividi de acordo com as diretorias de forma que cada uma contemple um espaço com uma proposta diferente. Tem sofá, plantas, mesa de centro, peças e móveis de antiquário e até cabines acústicas. Tudo conectado e, ao mesmo tempo, confortável e ao alcance do profissional”, explica.

O arquiteto confidencia que seu processo de concepção levou em conta uma pesquisa do banco de investimento alemão Deutsche Bank, que comparou durante anos simulações com o que classificaram como ambientes enriquecidos ou ambientes enxutos. E que trouxe como resultado o aumento da produtividade superior a 15% para colaboradores que atuam nos primeiros – ambientes enriquecidos.

“E mais. A pesquisa mostra ainda que quando os funcionários puderam opinar e ajudar na colocação das obras e plantas esse aumento salta para quase 30%. Isso tem a ver com a qualidade de vida do usuário e prova que gera ganhos não apenas para os colaboradores, mas, principalmente, para a própria empresa”, diz.

A Ação Street, evento paralelo na Modernos Eternos, este ano homenageia o tradicional copo lagoinha | Crédito: Gustavo Xavier

Mas a Modernos Eternos vai muito além. São outras dezenas de profissionais expondo seus trabalhos. E, como já virou tradição, os eventos paralelos continuam, com a Ação Street – este ano homenageando o tradicional copo lagoinha – e as atividades e ações de cultura, moda, história, entretenimento e claro, gastronomia, comandada pelo chef Leonardo Paixão pelo quinto ano consecutivo.

A sétima edição na capital mineira tem o patrocínio da Gerdau, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e conta também com o patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Belotur.

Com curadoria de Marcos Esteves, a Modernos Eternos Street convidou 20 artistas plásticos, arquitetos e designers para criar obras conceituais usando o copo como matéria-prima e inspiração. O arquiteto português José Lourenço, fundador do Cria, ateliê de design de produto, localizado no terceiro piso do Mercado Novo, desenvolveu a instalação batizada de Lustre 190. Com um design instigante, o lustre é composto por 333 copos Lagoinha.

Ao ser convidado para o projeto, o arquiteto quis relacionar o luxo de um lustre com o simbolismo do copo para Minas Gerais. “O lustre de cristal na arquitetura é um símbolo de luxo e riqueza. Ao trazer um lustre feito de copo Lagoinha eu quis reforçar esse conceito. Mas aqui, a riqueza não é o cristal, é toda a simbologia cultural do copo Lagoinha tão presente na vida dos mineiros. A ideia é exaltá-lo como o material nobre que ele é”, explica.

Ainda dentro da mostra, a arquiteta Janaína Pacheco criou o ambiente Prosa, inspirado no café especial Prosa, um grão arábica de altíssima qualidade produzido no Cerrado Mineiro e que pode ser degustado em primeira mão pelo público na mostra. Trata-se de um projeto com conceito inovador, de atmosfera leve e acolhedora integrada à notoriedade e requinte conferidos pelo café que é produzido em Minas Gerais.

“A gente quis dar um novo sentido para um hall. A ideia foi trazer vida e torná-lo mais interessante. Um ponto de encontro, de negócios ou simplesmente de uma boa prosa”, afirma a arquiteta.

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