Bolsonaro visitará a China e países árabes

24 de julho de 2019 às 0h04

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Divulgação via REUTERS

Brasília – Depois das dificuldades criadas no início do seu governo com os países árabes e a China, o presidente Jair Bolsonaro planeja para o final de outubro uma rodada de viagens incluindo Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, e terminando na China.

O roteiro ainda está sendo finalizado pelo Palácio do Planalto e o Itamaraty, e pode incluir também o Japão, para a entronização oficial do novo imperador japonês, Naruhito, em 22 de outubro.

Bolsonaro já havia anunciado que iria à China, maior parceiro comercial do Brasil, ainda este ano, e que gostaria de visitar também alguns países árabes. A visita é uma tentativa de recuperar o desgaste nas relações criado a partir de declarações do presidente durante a campanha e também no início de seu governo.

A promessa de Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repercutiu negativamente entre os países árabes, ameaçando prejudicar a relação comercial do Brasil com a região, uma das maiores compradoras de proteína animal brasileira, especialmente aves.

Em relação à China, o presidente, ainda em campanha, fez vários comentários sobre o que chamava de risco dos chineses “comprarem o Brasil”.

Pragmáticos, os chineses mantiveram silêncio e, recentemente, com a visita do vice-presidente Hamilton Mourão a Pequim, a relação teria mostrado avanços.

De acordo com uma fonte palaciana, o presidente quer incluir a entronização do novo imperador japonês no roteiro, mas o Planalto ainda estuda se será possível. Bolsonaro já se comprometeu à comparecer à missa de celebração da canonização de Irmã Dulce, no dia 20 de outubro, em Salvador, o que dificultaria sua chega a Tóquio a tempo da entronização.

O presidente também já confirmou sua ida a Nova York, no final de setembro, para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em que o presidente brasileiro é tradicionalmente o primeiro a discursar.

Reino Unido – Bolsonaro parabenizou ontem, em sua conta no Twitter, a eleição do ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador. Por consequência, Johnson será o novo chefe de governo do país.

“Parabéns @BorisJohnson, novo Primeiro-Ministro do Reino Unido, eleito com o compromisso louvável de respeitar os desígnios do povo britânico. Conte com o Brasil na busca por livre comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da liberdade e da democracia”, escreveu Bolsonaro. (ABr/Reuters)

Após polêmica, presidente vai à Bahia

Brasília – Após fala polêmica sobre os governadores do Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro inaugurou ontem o Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista, na Bahia. Em seu discurso, ele disse ter determinado aos ministros que não deixem obras paradas pelo País.

“Obras eleitoreiras não acontecerão mais a partir do meu governo. Vamos concluir as obras”, afirmou.

Bolsonaro destacou que o aeroporto trará muitos benefícios para a região com o incremento do turismo. Segundo o Ministério da Infraestrutura, o início das operações de voos comerciais está previsto para a quinta-feira (25). O novo aeroporto poderá receber aeronaves a jato de grande porte. O terminal está localizado nas proximidades da BR-116, a 10 km do centro de Vitória da Conquista. O valor total da obra está estimado em R$ 105,8 milhões.

Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o novo aeroporto é essencial para a conectividade do estado da Bahia.

“Trata-se da maior obra da aviação regional do Brasil. E o governo federal deu continuidade a esse trabalho, mostrando que a infraestrutura para nós é uma questão de Estado”, afirmou o ministro, em nota.

“É resultado de um esforço coletivo, o que faz com que esse equipamento importante seja entregue agora à sociedade baiana”.

Nordeste – Em seu discurso, Bolsonaro disse amar o Nordeste. “Eu amo o Nordeste. Afinal de contas, a minha filha tem em suas veias sangue de cabra da peste. Cabra da peste de Crateús, o nosso estado mais para cima, o nosso Ceará.”

E acrescentou: “Não estou em Vitória da Conquista. Não estou na Bahia, nem no Nordeste. Estou no Brasil. Não há divisões entre nós: [por] sexo, raça, cor, religião ou região. Somos um só povo, uma só raça, um só ideal e um só objetivo: colocar esse grande País no lugar de destaque que ele merece”.

No domingo (21), o presidente comentou que não havia constrangimento em sua visita à Bahia, após criticar alguns governadores do Nordeste na semana passada. Em conversa com os jornalistas, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que o Nordeste é “sua terra”.

A visita de Bolsonaro à Bahia ocorre na esteira de uma crise criada pela fala do presidente em uma conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes de iniciar um café com jornalistas estrangeiros, na sexta-feira passada.

Sem ver que o microfone estava captando a conversa, Bolsonaro disse: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara.”

Depois, em entrevistas, Bolsonaro negou que tivesse chamado os nordestinos de “paraíbas”, uma forma pejorativa de se referir às pessoas da região. Primeiro, pelo Twitter, afirmou que apenas havia dito “daqueles governadores”. Depois, em entrevista, garantiu que estava criticando os governadores do Maranhão e da Paraíba. (ABr/Reuters)

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