Conversibilidade deve ser atingida em 3 anos

30 de maio de 2019 às 0h04

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Para atingir meta, BC trabalha em projeto de lei para simplificar regulação do câmbio - Crédito: Enildo Amaral/BCB.

Brasília – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ontem que muitas medidas de simplificação de câmbio são necessárias antes de o País chegar à conversibilidade do real, estimando que esse objetivo final deverá ser alcançado em 2 a 3 anos.

No relançamento de sua agenda estrutural, batizada desta vez de BC#, Campos Neto afirmou que o BC está trabalhando em minuta de projeto de lei para simplificar e modernizar a regulamentação de câmbio e capitais internacionais, que deve sair “em breve”.

A avaliação é que a legislação cambial é antiga, formulada entre os anos de 1920 e 1950. O governo buscará adaptar o arcabouço legal para preparar o terreno para a conversibilidade, algo que o BC quer conquistar ainda dentro desta gestão, acrescentou ele.

“Nosso objetivo imediato não é que pessoas tenham conta em dólar ou que a gente tenha conversibilidade plena, estamos tão longe disso”, disse Campos Neto. “Nosso objetivo é simplificar”.

Investidor estrangeiro – Durante a coletiva, ele ressaltou que, para além da modernização das leis cambiais, a preparação para a conversibilidade vai ao encontro de objetivo do governo de diminuir o alto custo para os investidores estrangeiros, rumo a um acesso mais universal aos instrumentos financeiros brasileiros.

“Hoje, por exemplo, uma fintech que não é uma instituição financeira no Brasil não poderia fazer uma operação de câmbio”, disse.

“Se tivermos moeda conversível de uma forma simples, a gente, em teoria, poderia ter uma fintech de algum outro país vendendo produtos a varejo no Brasil”, acrescentou.

Campos Neto argumentou que isso iria abrir uma grande plataforma de investimentos em produtos privados, ampliando o leque de oportunidades de investimentos no Brasil e favorecendo o funding das empresas.

Em outra frente, o presidente do BC afirmou que a conversibilidade eliminaria um custo que hoje existe no funding de longo prazo.

Com o País promovendo suas necessárias reformas econômicas, o real conversível também poderia ser uma moeda regional na América Latina, sendo demandada pelos outros países.

“Para minha surpresa, eu já tenho experiência de ter estado em outros países em que havia demanda por abrir contas em reais nos bancos de cidades próximas à fronteira com o Brasil”, disse ele, ressaltando que o País é um “grande pedaço” do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul.

Dentre as novidades da agenda BC#, o presidente do BC também destacou iniciativas para o mercado de capitais.

Entre as ações descritas em apresentação, estão a redução e desburocratização do custo para abertura de contas de custódia para não residentes; definição do arcabouço legal para reverse mortgage e outros produtos de home equity; facilitação da emissão de instrumentos de hedge para investimento de longo prazo e fomento às atividades de private equity e securitização. (Reuters)

Estoque de crédito fica estável no País

Brasília – O estoque total de crédito no Brasil ficou estável em abril sobre março, a R$ 3,268 trilhões, divulgou o Banco Central (BC) ontem, com a retração nos financiamentos a empresas ofuscando o apetite demonstrado pelas famílias.

No mês, o estoque de crédito a pessoas físicas subiu 0,8% sobre março. Para as pessoas jurídicas, houve queda de 1,1% na mesma base de comparação.

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o saldo geral de financiamentos no País teve crescimento de 0,3%, enquanto, em 12 meses, a expansão foi de 5,4%.

Em março, o BC previu um crescimento do crédito de 7,2% em 2019, percentual que repetiu na véspera em seu Relatório de Economia Bancária.

Em relação ao custo dos financiamentos no País, os juros médios caíram ligeiramente em abril, a 38,9% ao ano, contra 39,0% no mês anterior. O dado considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.

O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, teve recuo de 0,2 ponto percentual no mesmo segmento, a 31,4 pontos percentuais.

Por sua vez, a inadimplência em recursos livres caiu a 3,8%, ante 3,9% em abril, informou o BC. (Reuters)

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