Cultura da agilidade é fator decisivo

22 de janeiro de 2019 às 0h05

Ter controle do tempo, assegurar a qualidade do serviço, garantir a redução dos custos e aumentar o lucro são objetivos perseguidos por todas as empresas. Independente do setor de atuação, as organizações se preocupam, cada vez mais, com resultados que vão além da satisfação do cliente, mas que englobam também a redução de desgastes e desperdícios de várias ordens no momento da elaboração de seu produto ou prestação de serviço. Em um mundo globalizado, em que a facilidade de conexão entre mercados e consumidores exige rapidez nos processos, ter uma cadeia produtiva ágil deixa de ser um diferencial e se torna um fator decisivo na realização de qualquer projeto dentro das empresas.

O coordenador da pós-graduação em Gestão Ágil de Projetos do Ietec, Fernando Zaidan, explica que a ideia dos métodos ágeis partiu da crescente necessidade de as empresas entregarem resultados com recursos escassos. “Inspiradas pelas experiências japonesas de produção enxuta com a aplicação de métodos de gestão em quatro passos, como é o caso do sistema Toyota, as metodologias ágeis começaram a ser pensadas na década de 90, visando à aplicação de ciclos de entregas rápidos e economicamente viáveis, a redução do tempo e do desperdício”, comenta o especialista.

A agilidade, pensada antes para o desenvolvimento de softwares, foi adaptada para se transformar em estratégias de gestão que compreendem ao todo a organização da produção. Esses movimentos gerenciais foram motores para a criação de mecanismos que se compilam em dois nichos de aplicação: os Hard Skills e os Soft Skills. Enquanto o primeiro se concentra na criação de estruturas de trabalho para organizar os processos de produção, fluxos de trabalho, análises de resultados e apontamentos de mudanças necessárias, o segundo se concentra na abordagem humanística da gestão ágil, atuando através de líderes de equipe para a aplicação dos ritos ágeis, como os treinamentos, reuniões para avaliação de desempenho e demais atividades de gestão de pessoas.

Além disso, a gestão ágil busca incluir em seus processos a interatividade através do envolvimento da equipe e dos clientes e ao evitar as etapas de produção em cascata. Inclui ainda a flexibilidade de absorver mudanças que surjam fora do planejamento durante a execução e a transparência ao estabelecer uma comunicação clara entre equipe e cliente. “Exemplos de aplicação dessas técnicas são frameworks como o Scrum e modelos de gerenciamentos da produção como Kanban, Kaizen, Less, Safe, dentre outros, que propiciam um controle em escala no desenvolvimento e gestão dos projetos. O objetivo da aplicação dessas metodologias e estratégias de gestão é se aproximar de uma ideia de produção por demanda, sem desperdício. Várias empresas já nasceram utilizando essas técnicas, como a Uber, a Netflix e a Amazon”, completa Zaidan.

As técnicas de agilidade podem ser aplicadas de forma orgânica na rotina de vários setores das empresas. Além disso, muitos segmentos têm se beneficiado desses conhecimentos como Saúde, Tecnologia da Informação, Engenharia e indústrias.

Amanda Pinto é um dos exemplos de como a aplicação da Gestão Ágil na rotina laboral das empresas tem sido vivida. Pós-graduada no Ietec em Gestão de TI e MBA em Métodos Ágeis e Práticas DevOps, atualmente ela ocupa o cargo de Gerente de Sistemas na Keralty Operadora de Saúde.

“Busco levar incessantemente todos os métodos ágeis para dentro do meu ambiente de trabalho, sempre atuando em equipe. Trabalho em uma organização que está se adaptando à transformação digital, onde meu desafio diário é tornar este caminho mais fácil e proporcionar às pessoas o conhecimento e a vivência desta nova experiência”, afirma a gerente.

Retorno – A gerente da Keraltyo afirma ainda que os esforços para formar uma cultura de agilidade em seu ambiente de trabalho lhe trazem retornos significativos: “Os maiores benefícios são a produtividade, a redução dos custos e equipes altamente engajadas e dedicadas aos projetos que são envolvidos. Times autônomos e com entregas com extrema qualidade ao cliente. Trabalhamos a cultura do feedback em todos os ciclos e eliminamos a cultura da culpa. Hoje, temos um alinhamento bem intenso. Na satisfação do cliente final é onde mais podemos enxergar os benefícios de sermos ágeis, pois quando começo a entregar produtos e serviços com extrema qualidade e com curto espaço de tempo, o olhar de meu cliente muda. Ele se torna fiel e isso faz toda a diferença”.

Embora os resultados sejam significativos para diversos objetivos da empresa, Amanda afirma que mudar os processos de trabalho para se adaptar a esse novo cenário não foi uma tarefa fácil. “A maior dificuldade é a mudança, a resistência ao novo, incomodar o que sempre foi realizado e que agora precisa ser transformado. Desenvolver novos mindsets e trazer as pessoas para se envolverem neste novo projeto envolve muito esforço, perspicácia, inovação, liderança e, principalmente, planejamento”, lembra Amanda.

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