Ex-governador Eduardo Azeredo envia carta ao PSDB pedindo a sua desfiliação

22 de maio de 2019 às 0h03

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Crédito: Agência Brasil

O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo enviou carta para o presidente do PSDB, Paulo Abi-Ackel pedindo sua desfiliação do partido.
Azeredo alegou motivos pessoais para sua saída do partido do qual foi presidente nacional entre 2005 e 2007. Abaixo a íntegra da carta do ex-governador:

Prezado Presidente Paulo Abi-Ackel,

Considerando os fatos recentes que me levam a uma injusta punição por acusações de atitudes que não cometi, e o meu afastamento da vida político-partidária, venho solicitar a minha desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB.

Ajudei a fundar o partido em 1988, e ao me filiar inspirei-me na vocação pública herdada de meu saudoso pai, Renato Azeredo, e nos ideais da social-democracia, liderada naquela época por Franco Montoro, Mário Covas, José Richa, já falecidos, e Fernando Henrique Cardoso, José Serra, entre outras lideranças inconformadas com os rumos éticos do país.

Como vice-prefeito eleito na chapa de Pimenta da Veiga, outro líder que me influenciou e que me deu a oportunidade de ser prefeito da cidade onde nasci, pudemos modificar Belo Horizonte com projetos sociais e ações transformadoras, terminando com a aprovação de 82%.

Fui o primeiro governador de Minas Geais do PSDB, eleito que fui em memorável eleição e também o primeiro senador do partido no Estado.

Cumpri a ideologia social-democrata como atestam os índices de investimento em educação naquele período (45% da receita), a implantação dos programas Saúde da Família e Consórcios Intermunicipais de Saúde, a revolucionária Lei Robin Hood, que redistribui recursos de acordo com políticas públicas, o PMC – Programa de Mobilização de Comunidades, a reforma agrária sem invasões ou violência, as Casas Lares, a criação da Secretaria de Meio Ambiente e a implantação de incentivos estaduais à cultura, o fim de tratamentos desumanos como no “Inferno da Lagoinha”, na “Febem” e nos hospitais psiquiátricos, as obras de infraestrutura e a grande atração de investimentos e fábricas, entre tantos outros projetos.

No meu período de governador, o partido alcançou as maiores bancadas de Deputados Federais e Estaduais de sua história, assim como elegeu o maior número de Prefeitos.

Como senador, representei Minas Gerais na propositura de projetos como a obrigatoriedade dos airbags nos veículos fabricados no Brasil, relatei dezenas de projetos, como a lei contra crimes digitais, participei ativamente das comissões temáticas chegando a presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, liderado na oposição pelo valente líder Arthur Virgílio, e ao lado de outros líderes valorosos, como Tasso Jereissaiti.

Tive também o privilégio de ser Presidente Nacional do PSDB em 2004/2005 com o afastamento do amigo José Serra para disputar e assumir a Prefeitura de São Paulo.

Na Câmara dos Deputados participei de momentos e decisões importantes na bancada da oposição e pude representar o partido na Presidência da Comissão de Ciência e Tecnologia.

Também nesta Casa tive a oportunidade de defender a social-democracia, na qual continuo a acreditar como melhor alternativa para nosso gigantesco País. Lamento profundamente que o partido tenha hoje apenas a nona bancada da Câmara dos Deputados, o que debito, em parte, à dubiedade, ao populismo e à covardia e hipocrisia de alguns no enfrentamento das questões eleitorais.

Agradeço a todos os filiados, militantes, colegas e amigos que me acompanharam nestes trinta anos de convivência partidária.

Belo Horizonte, 7 de maio de 2019.

Eduardo Azeredo

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