Insegurança nos preparativos do Carnaval

19 de janeiro de 2019 às 0h01

Minas Gerais, dona de um dos acervos histórico-culturais mais importantes do País e de uma natureza generosa, que reúne três diferentes biomas – Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga – apresenta um grande potencial para o turismo. Dividida em 47 circuitos turísticos, que obedecem as legislações estadual e federal de regionalização, tem na gastronomia o carro-chefe da divulgação e promoção do Estado como destino nacional e internacional.

Apesar de toda essa riqueza, o turismo representa pouco na produção de riquezas dominada por setores tradicionais, especialmente a mineração, a siderurgia e o agronegócio. A própria estrutura turística é um grande desafio para gestores públicos e privados. De acordo com o Censo Turismo 2017 realizado pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais (Setur-MG), publicado em 2018, em relação à Promoção Turística, 68% dos respondentes afirmaram possuir banco de imagens e 55% sites promocionais dos destinos. Porém, ferramentas mais robustas como a realização de um plano de marketing foi apontada como existente por apenas 12% dos municípios. A disponibilização de informações também é um grande gargalo. Estruturas simples como um centro de atendimento ao turista não existem em 77,1% dos municípios e 56,6% dos respondentes afirmaram não existir material promocional do município.

Carnaval – A indefinição sobre os rumos da antiga Setur, que não sabe ainda qual estrutura terá e quem será o seu comandante, gera insegurança ao trade que está no meio dos preparativos para um dos eventos mais importantes e que traz turistas para muitas cidades de Minas Gerais: o Carnaval.

O reinado de momo costuma atrair visitantes para cidades espalhadas por várias regiões do Estado a exemplo de Abaeté, Pompéu, Ouro Preto e Mariana, na região Central; Nova Lima e Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); Tiradentes e São João del-Rei, no Campo das Vertentes; e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. Só o Carnaval de Belo Horizonte, que no ano passado reuniu 3,6 milhões de pessoas nas ruas entre os dias 27 de janeiro e 18 de fevereiro, promete para este ano colocar na brincadeira cerca de 5 milhões de foliões no período carnavalesco, segundo dados da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). Tudo isso sem contar o turismo rural e de natureza para quem quer justamente o contrário: fugir da confusão em hotéis-fazenda e pousadas espalhados pelo interior.

Fontes internas garantem que as ações e projetos previstos estão sendo continuados, ainda que a situação não seja a ideal. Alguns servidores comissionados foram reconduzidos para dar seguimento aos projetos que não podem ser interrompidos por força de lei.

Para o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem de Minas Gerais (Abav-MG), José Maurício de Miranda Gomes, a situação é muito preocupante. As idas e vindas sobre o que fazer com a Setur é um sinal de alerta.

“O turismo já está órfão há mais tempo, desde o fim do governo passado. Tantas mudanças em 18 dias não é agradável. O ano já começou e as coisas precisam ser programas com antecedência. Nesse tempo os outros estados estão trabalhando e nos deixando pra trás. Não é o que queríamos. O trade esperava a permanência da Setur. A Secretaria de Turismo tinha o segundo menor orçamento, então quando fomos para a Secretaria de

Desenvolvimento Econômico, pelo menos, estávamos nos juntando a uma pasta forte. Agora já não sabemos. Realmente temos que aguardar para saber quem virá para a nova secretaria e se o turismo vai ter a atenção devida”, analisa Gomes.

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail