Pesquisadores estudam transmissão sem fio

5 de fevereiro de 2019 às 0h05

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Foto: Divulgação

Carregar o celular, acender uma lâmpada ou ativar sensores de presença pode ser possível sem a utilização de fiação elétrica. Pelo menos é o que vem sendo comprovado por meio de pesquisas no Grupo de Eletromagnetismo Aplicado (GEA) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Coordenados pela professora Úrsula do Carmo Resende, os projetos se baseiam na utilização de bobinas ressonantes e em rectennas, que são dispositivos compostos por antenas e retificador, para transmitir energia elétrica sem fiação e para reaproveitar ondas eletromagnéticas na alimentação de cargas. A expectativa da professora é de que as pesquisas sejam transformadas em produto e ganhem aplicação prática.

De acordo com Úrsula Resende, as pesquisas sobre os temas são desenvolvidas há cerca de 10 anos na instituição e já foram temas de cerca de 30 projetos de conclusão de curso, tanto de alunos da graduação quanto da pós-graduação. Segundo ela, os projetos se dividem em duas linhas, sendo a primeira focada na transmissão de energia sem utilização de fios. Essa pesquisa se baseia na utilização de bobinas ressonantes, que possibilitam a transmissão de energia por indução magnética.

Segundo a professora, as pesquisas mostram que é possível transmitir energia para objetos até um metro de distância. “Usando essa técnica já conseguimos carregar celulares, notebooks e acender lâmpadas”, afirma.

Ela destaca que a aplicação da tecnologia pode ser tanto para facilitar o uso de equipamentos e acabar com a dependência da tomada, mas também para facilitar a instalação de tecnologias, como sensores, que ficam em lugares remotos e precisam ser constantemente recarregados.

A segunda linha de pesquisa tem seu principal foco no reaproveitamento de ondas eletromagnéticas disponíveis no ambiente. Segundo Úrsula Resende, por meio de rectennas, é possível coletar essas ondas e utilizá-las na alimentação de cargas de baixo consumo. Nesse caso, os produtos testados também foram lâmpadas, sensores e dispositivos eletrônicos, mas eles estavam a uma distância duas vezes maior.

“Pode-se destacar como principal impacto na área de conhecimento e estudo o desenvolvimento e a disseminação de uma tecnologia que se mostra como um novo paradigma para a alimentação de pequenos dispositivos eletroeletrônicos, eliminando a necessidade de fios e conexões elétricas”, afirma.

A professora afirma que a expansão da pesquisa depende de novos investimentos. O grupo acaba de ter projeto aprovado na Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e vai receber R$ 27 mil este ano, mas Úrsula Resende explica que a perenidade da pesquisa só será garantida com novos investidores e patrocinadores. 

“Para que a pesquisa avance precisamos de circuitos mais eficientes e de aumentar capacidade de potência. Isso custa caro, tendo em vista que a maior parte dos componentes utilizados na pesquisa é importada”, explica.

A professora afirma que também está em busca de empresas parceiras que tenham interesse em apoiar o projeto e ajudar a transformá-lo em produtos.

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