PGR reitera medidas contra vazamentos

18 de julho de 2019 às 0h04

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Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Rio de Janeiro – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, garantiu apoio aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato para darem prosseguimento ao combate à corrupção, e reiterou as medidas tomadas contra invasões de celulares de membros do Ministério Público Federal (MPF), em reunião na sede da Procuradoria-Geral da República, informou a PGR.

Raquel Dodge recebeu oito integrantes da Lava Jato do Paraná, inclusive o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, na última terça-feira. Dallagnol é um dos integrantes do MPF que tiveram celulares invadidos, dando origem ao vazamento de supostos mensagens que incluem alegadas conversas de procuradores com o então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.

“O apoio institucional, financeiro e de pessoal ao combate à corrupção e ao crime organizado, para que a força-tarefa da Lava Jato cumpra com integridade seus objetivos, continuará, permitindo que o patrimônio público seja preservado e que a honestidade dos administradores prevaleça”, disse Dodge, de acordo com nota no site da PGR.

Durante o encontro, a procuradora-geral também relatou aos procuradores medidas adotadas desde que surgiram os primeiros indícios de tentativa de invasão de aplicativos instalados em celulares utilizados por membros do MPF, no início de maio.

“Raquel Dodge lembrou que determinou a instauração de procedimento administrativo para apurar o caso e solicitou providências à Polícia Federal, que conduz os inquéritos para apurar os responsáveis pelo crime cibernético e assegurar que todas as medidas administrativas possíveis sejam tomadas no sentido de garantir a segurança da informação”, afirmou a PGR.

Supostas mensagens trocadas entre Dallagnol, Moro e outros procuradores da força-tarefa da Lava Jato vêm sendo publicados pelo site Intercept Brasil, que afirma ter recebido de uma fonte anônima um arquivo com milhares de textos, vídeos e áudios das comunicações do grupo. Recentemente, o material foi compartilhado também com o jornal “Folha de S.Paulo” e a revista “Veja”.

Os textos publicados até agora indicam o que seria uma participação de Moro nas investigações, com sugestões de ações e até indicações de testemunhas, o que levou a críticas de parcialidade ao juiz e à força-tarefa. Moro e os procuradores negam ter cometido qualquer irregularidade.

Na reunião com Raquel Dodge, Dallagnol agradeceu pela oportunidade de reunir todos os integrantes da força-tarefa para “discutir ao ataques e a divulgação de mensagens atribuídas a integrantes do grupo”, de acordo com a PGR, e demonstrou preocupação com o que classificou como uma “tentativa de atingir o Ministério Público Federal”.

“Temos tranquilidade em relação ao que fizemos. Não ultrapassamos a linha ética. Somos um grupo grande que sempre decidiu em conjunto. Sucessivas pessoas passaram por lá, a atuação era técnica e legítima”, afirmou.

Saída – O procurador José Alfredo de Paula decidiu deixar a força-tarefa da Operação Lava Jato que atua na PGR. O procurador era responsável pela coordenação dos trabalhos do grupo. A saída foi comunicada na semana passada e se deu por motivos pessoais.

Na PGR, o grupo de procuradores que atua na operação trabalha com as investigações que envolvem parlamentares com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). A equipe foi montada após a posse da procuradora Raquel Dodge, que encerrará, em setembro, mandato de dois anos no comando da PGR.

Raquel Dodge poderá ser reconduzida pelo presidente Jair Bolsonaro para novo mandato de dois anos. O presidente poderá optar ainda por um dos procuradores que compõem a lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

A procuradora não figura entre os indicados na lista por não ter se candidatado, mas poderá reconduzida. O indicado pelo presidente precisará ser sabatinado e ter nome aprovado pelo Senado antes de tomar posse. Raquel Dodge foi indicada para o cargo pelo então presidente Michel Temer, em 2017. Ela ficou em segundo lugar na lista tríplice. (Reuters/ABr)

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