Estado busca empréstimo urgente de R$ 5 bilhões

10 de setembro de 2019 às 0h20

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A Codemig explora nióbio com a Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia em Araxá | Crédito: Divulgação

O governo de Minas Gerais está montando uma operação para utilizar os recebíveis de nióbio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) como garantia para fazer um empréstimo junto a instituições financeiras e quitar contas imediatas, enquanto o plano de ajuste fiscal do Estado estiver em desenvolvimento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A perspectiva é obter um crédito de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões.

A Codemig explora nióbio em parceria com a Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), em Araxá, no Alto Paranaíba. A busca pelos recursos financeiros, segundo o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, durante o evento IoP Meetings, realizado pelo Instituto O Pacificador, em Belo Horizonte, é necessária para a composição do caixa do Estado durante o período em que o projeto de ajuste fiscal será desenvolvido na ALMG, o que deve demorar de seis a oito meses.

O assunto foi abordado, nessa segunda-feira (9), pelo vice-governador que participou do “IoP Meetings”, promovido pelo TSX Group. “Os impactos financeiros do programa de ajuste fiscal que vamos construir junto com a ALMG vão demorar cerca de seis a oito meses, então, a ideia, durante este período é ter uma sobra de caixa para pagamentos imediatos, que são a quitação do 13º salário de 2020 e vamos tentar colocar em dia o salário dos funcionais estaduais. Vamos tentar resolver a situação com esse empréstimo. O valor total dependerá do mercado, mas deve ficar na faixa de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões e esperamos que o valor seja liberado ainda este ano, no mais tardar novembro”

Ainda segundo Brant, o Estado fará a oferta e as entidades financeiras poderão aceitar. As expectativas são positivas por ser um negócio de baixo risco, o que também deverá manter as taxas de juros em níveis mais baixos. “Vamos fazer um convite e os bancos irão entrar. Esperamos fazer isso entre outubro e novembro”, explicou Brant.

Em relação ao projeto de adesão ao plano de recuperação fiscal junto ao governo federal, a intenção do governo mineiro é trabalhar em conjunto como a ALMG para que o projeto seja aprovado. Uma das iniciativas prevê a privatização de todas as empresas estatais.

“Vale ressaltar que, a princípio, todas as empresas estatais seriam privatizadas. Porém, a privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) depende da ALMG. Tudo vai ser construído junto com a ALMG, que, caso não autorize, vamos buscar outras alternativas”, explicou o
vice-governador de Minas Gerais.

Brant ainda ressaltou que a privatização da Cemig, empresa que gera lucro, é necessária para auxiliar no processo de equilíbrio das contas do Estado e uma forma de a empresa voltar a investir e voltar a ser a melhor empresa de energia do Brasil.

“A Cemig ainda é uma ótima empresa de energia, mas ela foi perdendo capacidade. Nos últimos anos, todo o lucro da Cemig era transferido para o Estado em forma de dividendo. Uma empresa que não consegue aplicar o lucro, ou parte dele, no processo de melhorias e investimentos, vai perdendo capacidade”.

Em relação à Codemig, ainda há dúvidas de como fazer a privatização. “A Codemig é o ativo mais invejado que o Estado tem, porque gera uma receita líquida anual em torno de R$ 1 bilhão, por isso, ainda não temos um modelo”.

A expectativa é enviar o plano de ajuste fiscal deve ser enviado à ALMG até final deste mês.

Fitch remove observação negativa da Vale

São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch manteve o rating Vale em “BBB-”, mas removeu a observação negativa, indicando perspectiva estável para a nota de crédito da companhia, segundo nota divulgada ontem.

“Essas ações de rating refletem menos incertezas e visibilidade melhorada em relação a multas, custos de reparação e obrigações financeiras relacionadas ao desastre da barragem de rejeitos da empresa na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro de
2019”, disse a Fitch.

A capacidade de pagamento da dívida da empresa permanece extremamente “forte”, ressaltou. A agência observou que a Vale deverá terminar o ano com um Ebitda ajustado de cerca de US$ 18 bilhões (excluindo provisões relacionadas a Brumadinho), e menos de US$ 5 bilhões de dívida líquida, assumindo-se os preços do minério de ferro em torno de US$ 90
por tonelada.

“A Vale estará entre os dois maiores produtores de minério de ferro durante 2019 apesar de perder 50 milhões de toneladas de produção”, destacou a Fitch, salientando os baixos custos de produção e a elevada qualidade do minério da companhia. Ao final de janeiro, logo após o desastre que deixou cerca de 250 mortos confirmados, a Fitch cortou o rating da Vale e colocou a nota em observação negativa.

Na semana passada, outra agência de classificação de risco, a Moody’s, mudou a perspectiva para o rating da Vale de negativa para estável, mantendo a nota ‘Ba1’, citando maior visibilidade dos custos e passivos financeiros da
mineradora. (Reuters)

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