Um artigo de opinião publicado nesta semana alerta para um problema que muitos brasileiros preferem ignorar, mas que pode impactar diretamente o futuro financeiro de milhões: a crise da aposentadoria no país. De acordo com o autor, o sistema previdenciário brasileiro vive um colapso anunciado, com reformas sucessivas que ainda não foram capazes de garantir a sustentabilidade do modelo.
A preocupação não é nova. Desde a Constituição de 1988, que instituiu as bases da Previdência Social, o sistema passou por quatro grandes reformas — em 1998, 2003, 2015 e 2019 — com o objetivo de controlar os gastos públicos. No entanto, o déficit do INSS continua crescendo e pode chegar a R$ 725 bilhões até 2029, segundo projeções citadas no texto.
Mais da metade do orçamento público é hoje consumida por aposentadorias, pensões e auxílios. O temor é de que, sem novas mudanças estruturais, o Brasil caminhe para um cenário parecido com o da Grécia em 2010, quando o sistema colapsou e forçou cortes abruptos em benefícios, aumento da idade mínima e contribuições extras.
Reforma de 2019 ainda impacta quem vai se aposentar
Enquanto o debate estrutural segue sem solução definitiva, as regras da Reforma da Previdência de 2019 continuam a ser ajustadas ano a ano. Em 2025, haverá novas alterações nas regras de transição, o que pode surpreender quem está prestes a se aposentar.
Na aposentadoria por tempo de contribuição, por exemplo, a pontuação mínima subiu para 92 pontos no caso das mulheres e 102 para os homens. Essa soma considera idade + tempo de contribuição. Já para servidores públicos, é preciso também comprovar 20 anos no serviço público e cinco anos no cargo atual.
Outra transição, voltada a quem já tinha longo tempo de contribuição, exige em 2025 59 anos de idade (mulheres) e 64 anos (homens). Essa idade mínima cresce seis meses a cada ano até atingir o patamar definitivo — 62 para mulheres e 65 para homens — em 2031.
Os professores também foram afetados por mudanças específicas: agora, mulheres se aposentam aos 54 anos e homens aos 59. Essa idade também sobe progressivamente, mantendo o tempo de contribuição exigido (25 anos para mulheres e 30 para homens).
Para quem se aposenta por idade, a regra está consolidada: 65 anos para homens e 62 para mulheres, com pelo menos 15 anos de contribuição. A exceção é para regras antigas de pedágio, que já foram integralmente cumpridas.




