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Bíblia pode virar material obrigatório em escolas após aprovação de lei

Por Pedro Silvini
19/07/2025
Em Geral
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Bíblia

(Reprodução/IStock)

A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, em segundo turno, o Projeto de Lei 825/2024, que autoriza a leitura da Bíblia em escolas públicas e privadas da capital mineira. Aprovado na sessão do dia 8 de abril, o texto teve 28 votos favoráveis, 8 contrários e 2 abstenções, e agora segue para a sanção ou veto do prefeito Álvaro Damião (sem partido).

De autoria da vereadora Flávia Borja (Democracia Cristã), o projeto estabelece que a Bíblia poderá ser utilizada nas salas de aula com finalidade cultural, histórica, geográfica e arqueológica, sem caráter religioso obrigatório. A proposta, no entanto, gerou intenso debate entre os vereadores e reacendeu discussões sobre os limites da laicidade do Estado brasileiro.

Argumentos a favor: conteúdo milenar e literário

A autora do projeto defendeu a medida como um recurso pedagógico para ampliar o repertório dos alunos:

“Não estamos trazendo como material religioso. Poderia ser, mas não é esse o objetivo. O objetivo é o enriquecimento do conteúdo dentro das escolas”, argumentou Borja.

Ela destacou que a Bíblia permite abordar civilizações antigas como Israel e Babilônia, além de oferecer gêneros literários como poesia, parábolas e crônicas.

O vereador Cláudio do Mundo Novo (PL) também manifestou apoio, afirmando que o texto bíblico pode transmitir valores éticos e morais às crianças. Já Pablo Almeida (PL) ressaltou que o Estado é laico, mas não “laicista ou ateu”, e destacou que a participação nas aulas será opcional.

Críticas: risco à laicidade e à pluralidade religiosa

A proposta foi duramente criticada por parlamentares da oposição, como Juhlia Santos (Psol), Pedro Patrus (PT) e Cida Falabella (Psol). Para eles, o projeto fere o artigo 19 da Constituição Federal, que proíbe aliança entre o Estado e instituições religiosas.

“Aprovar esse PL seria rasgar as leis. O Estado é laico, não pode privilegiar uma crença em detrimento das outras”, disse Juhlia Santos.

Os críticos também alertaram para o risco de constrangimento de crianças ateias ou de religiões não cristãs, e defenderam a priorização de conteúdos científicos no ambiente escolar.

A vereadora Luiza Dulci (PT) lembrou que a Bíblia pode ser estudada, mas em contextos confessionais ou com pluralidade religiosa garantida, algo que o projeto não assegura.

Decisão do STF pode pesar

O projeto reacende uma pauta já analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, a Corte declarou inconstitucionais leis estaduais do Amazonas e Mato Grosso do Sul que tornavam obrigatória a presença da Bíblia em escolas públicas e bibliotecas, por ferirem o princípio da laicidade.

Segundo o entendimento do STF na época, esse tipo de obrigatoriedade representa uma interferência indevida do Estado em matéria religiosa, mesmo que com suposto fim cultural.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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