Uma nova tendência entre jovens da geração Z está se espalhando rapidamente: o uso do número “700” em mensagens de WhatsApp como um pedido de atenção imediata ou sinal de que algo não está certo. O código, aparentemente inofensivo, tem sido utilizado como um alerta silencioso em situações que vão desde chamadas urgentes até contextos de perigo real.
O número costuma aparecer em frases simples, como “me liga, 700” ou “chega aqui, 700”. O objetivo é alertar discretamente pessoas de confiança sem levantar suspeitas de quem possa estar por perto, especialmente quando o remetente não pode ou não consegue explicar o que está acontecendo.
Originalmente criado em grupos de amigos, o uso do código vem ganhando espaço em círculos familiares e até profissionais, funcionando como uma palavra-chave para que o receptor entenda que deve agir rapidamente — seja ligando, indo ao local indicado ou chamando reforço.
Quando o “700” significa perigo real
Especialistas em segurança digital e comportamento online alertam que a mensagem nunca deve ser ignorada, mesmo que pareça vaga. Em casos mais graves, o “700” pode significar que a pessoa está em risco ou precisa de ajuda imediata.
Nessas situações, a recomendação é:
- Retornar o contato o quanto antes, por ligação ou chamada de vídeo.
- Verificar a localização ou tentar encontrar a pessoa pessoalmente, se possível.
- Acionar familiares, amigos ou autoridades, caso não haja resposta ou o contexto indique risco concreto.
O alerta ganha ainda mais relevância em um país onde, segundo o Mapa dos Desaparecidos do Brasil (Fórum de Segurança Pública), adolescentes de 12 a 17 anos representam 29,3% dos desaparecimentos registrados entre 2019 e 2021. A taxa nessa faixa etária é 2,8 vezes superior à média nacional, com 84,4 desaparecimentos por 100 mil habitantes.
Enquanto muitos desses casos são temporários, relacionados à autonomia ou conflitos familiares, parte deles envolve riscos reais, tornando sinais como o “700” ferramentas importantes para identificar situações de urgência.