A popularização de ferramentas de inteligência artificial (IA), como ChatGPT e DeepSeek, vem sendo explorada por cibercriminosos para aplicar golpes cada vez mais sofisticados. De acordo com um estudo recente da empresa de segurança digital Kaspersky, somente nos quatro primeiros meses de 2025, o número de arquivos maliciosos disfarçados de plataformas de IA cresceu 115% em relação ao mesmo período do ano passado.
O alvo principal? Colaboradores de pequenas e médias empresas (PMEs), cada vez mais vulneráveis aos ataques. Mais de 8.400 profissionais foram afetados por ciberataques que envolvem aplicativos falsos apenas neste ano.
Aplicativos falsos imitam plataformas legítimas
A Kaspersky identificou mais de 4 mil arquivos únicos utilizados como iscas, a maioria se passando por plataformas conhecidas de produtividade, como Zoom, Microsoft Teams, Outlook, PowerPoint, Excel e Google Drive.
O Zoom foi o nome mais explorado pelos golpistas, aparecendo em 41% dos arquivos maliciosos detectados. O pacote Microsoft Office — incluindo Outlook, Word, Excel, PowerPoint e Teams — representou quase metade das tentativas de golpe mapeadas no período.
O perigo crescente dos deepfakes e da clonagem de voz
Além da disseminação de malwares por meio de aplicativos falsos, outra técnica que vem ganhando força é o uso de deepfakes — vídeos, áudios e imagens gerados por IA que imitam pessoas reais com alto grau de realismo.
Nos Estados Unidos, autoridades relatam o uso de áudios clonados e vídeos falsificados para enganar idosos, simulando vozes de netos ou de representantes do governo pedindo dinheiro com urgência. Em outros casos, CEOs de empresas têm suas imagens replicadas artificialmente para divulgar notícias falsas que impactam o mercado financeiro, manipulando ações com base em informações fraudulentas.
Golpes se aproveitam de emoções e urgência
Especialistas alertam que o uso de IA está tornando os golpes mais convincentes e emocionalmente manipuladores. Larry Zelvin, diretor da unidade de crimes financeiros do BMO, afirma que os criminosos estão um passo à frente dos consumidores e dos sistemas de proteção:
“A IA tornou tudo muito mais difícil de detectar. O ritmo com que esses golpes evoluem é assustador.”
Entre as vítimas mais recorrentes estão idosos e crianças, grupos que os golpistas consideram mais suscetíveis. Durante períodos como a volta às aulas, é comum que criminosos criem sites falsos com ofertas de material escolar ou livros didáticos a preços extremamente baixos, atraindo pais preocupados com os custos.
			



