A Bolívia viveu um marco em sua história política recente no último domingo (17/8). A eleição presidencial de 2025 levou 7,9 milhões de bolivianos às urnas, com a possibilidade de encerrar quase duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS).
O partido, que governou o país desde 2006, enfrenta um significativo declínio de influência. A divisão interna entre o ex-presidente Evo Morales e o atual mandatário, Luis Arce, contribuiu para o enfraquecimento do MAS nas urnas.
Os resultados preliminares de boca de urna indicam que a eleição presidencial na Bolívia deverá ser definida em um segundo turno. Conforme levantamento divulgado neste domingo (17) pela emissora Unitel TV, o senador Rodrigo Paz, representante do Partido Democrata Cristão (PDC), lidera a preferência eleitoral com cerca de 31,3% dos votos.
Na sequência, o ex-presidente conservador Jorge “Tuto” Quiroga, candidato da coalizão Alianza Libre, obtém 27,3% das intenções de voto. A margem entre os dois candidatos não é suficiente para assegurar a vitória direta de Rodrigo Paz no primeiro turno.
Candidato da esquerda atacado
No domingo (17), o candidato de esquerda Andrónico Rodríguez, que ocupa o cargo de presidente do Senado boliviano, enfrentou reações hostis ao comparecer para votar na escola José Carrasco, situada em Entre Ríos. Esta localidade, localizada na região do Trópico de Cochabamba, é tradicionalmente vista como base de apoio do ex-presidente Evo Morales (2006-2019).
A chegada de Rodríguez ao local de votação sofreu atraso devido a uma explosão de baixa intensidade ocorrida no sábado (16) nas imediações da escola.
Cenário econômico
A crise econômica foi um fator crucial nesta eleição. A Bolívia enfrenta inflação crescente, escassez de combustíveis e produtos essenciais, além de uma queda acentuada nas reservas internacionais, atualmente em US$ 1,9 bilhão.
Os eleitores sentem o peso de anos de políticas econômicas que não conseguiram lidar adequadamente com a dependência de recursos naturais e instabilidade externa.




