Uiramutã, localizada no norte de Roraima, é registrada como a cidade com a pior qualidade de vida no Brasil, segundo o Índice de Progresso Social (IPS). Este índice, atualizado em 2025, analisou 5.570 municípios. Uiramutã obteve uma pontuação de apenas 37,63 numa escala de 0 a 100.
A cidade enfrenta desafios econômicos e sociais significativos, localizando-se em uma região de difícil acesso. A avaliação inclui problemas críticos em infraestrutura e serviços essenciais.
O IPS categoriza-se em três principais dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Uiramutã enfrenta dificuldades em todas essas áreas. A coleta de lixo é ineficaz, há escassez de moradia adequada e os serviços de saúde e educação são mínimos. As condições de comunicação e transporte são bastante precárias, agravando a situação de desenvolvimento.
Falhas na infraestrutura local
A análise do IPS evidencia que Uiramutã tem uma infraestrutura deficitária. Residências carecem de eletricidade e saneamento básico adequados. A iluminação pública insuficiente contribui para a insegurança. Além disso, a comunicação é limitada pela baixa densidade de telefonia e internet, afetando economia e educação locais.
Desafios geopolíticos regionais
Uiramutã está na tríplice fronteira com a Venezuela e a Guiana, dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O isolamento geográfico torna difíceis as iniciativas de políticas públicas eficazes.
A coexistência com as comunidades indígenas adiciona complexidade social e política, dificultando a administração local. Em 2022, o Censo indicou que 96,11% da população é indígena.
A população jovem e predominantemente indígena de Uiramutã enfrenta desafios únicos. Metade dos habitantes tem menos de 15 anos, revelando uma população extremamente jovem. O PIB per capita é um dos mais baixos do Brasil, inferior a R$ 10,5 mil anuais. A escassez de oportunidades econômicas afeta a mobilidade social e o acesso à educação e à saúde.