Décadas atrás, foi desenterrado um crânio gravemente esmagado na margem de um rio na China central. Por anos, a descoberta desafiou classificações, mas uma análise mais recente demonstra que ele pode mudar muitas coisas que cientistas acreditavam saber sobre a evolução humana.
De acordo com matéria da CNN Brasil, cientistas reconstruíram digitalmente o achado, que supostamente tem um milhão de anos. As características sugerem que ele pode ter pertencido a mesma linhagem de um “Homem-Dragão” e dos Denisovanos, uma categoria de humanos pré-históricos descoberta muito recentemente e que ainda guarda muitos mistérios para a ciência. Mas esse crânio pode representar mais uma peça nesse quebra-cabeça.
“A idade do crânio e sua categorização como um ancestral inicial do grupo arcaico significariam que o grupo se originou muito antes do que se pensava”, explica a CNN.
O que esse crânio muda sobre o que sabemos da evolução humana?
Em estudo publicado na revista Sciente, pesquisadores detalharam como a análise desse e de outros fósseis de crânios esboçam um quadro muito diferente da evolução humana. Segundo essa nova análise, as origens do Homo sapiens (a nossa espécie), dos Denisovanos e dos Neandertais aconteceram muito antes do que imaginávamos.
“Isso muda muito o pensamento porque sugere que, há 1 milhão de anos, nossos ancestrais já haviam se dividido em grupos distintos, apontando para uma cisão evolutiva humana muito mais precoce e complexa do que se acreditava anteriormente”, explica o coautor da pesquisa, o paleoantropólogo Chris Stringer, em e-mail à CNN.
Como explica a matéria, essa descoberta empurraria o surgimento da nossa espécie 400 mil anos para trás, mudando muito o que sabemos sobre as origens humanas.