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Esse medicamento 100% brasileiro marcou gerações, foi vendido até nos EUA e hoje está quase extinto das prateleiras

Por Pedro Silvini
12/10/2025
Em Geral
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Medicamento

(Reprodução/IStock)

Se você cresceu nas décadas de 1990 e 2000, é bem provável que já tenha ouvido falar — ou até tomado — o Biotônico Fontoura, um dos remédios mais icônicos e tradicionais da história do Brasil. Presença obrigatória nas casas de várias gerações, o fortificante prometia aumentar o apetite, combater a anemia e dar mais disposição, sendo considerado quase um “tônico milagroso” para crianças e adultos.

Criado em 1910 pelo farmacêutico Cândido Fontoura, o Biotônico se tornou um fenômeno cultural e comercial que atravessou mais de um século. O nome foi uma sugestão do escritor Monteiro Lobato, que também trabalhou nas propagandas do produto e ajudou a torná-lo um símbolo nacional.

Mas o que pouca gente sabe é que o Biotônico também foi vendido nos Estados Unidos durante a Lei Seca, e por um motivo bastante curioso: o remédio tinha mais álcool do que muitas bebidas alcoólicas.

Biotônico Fontoura (Reprodução/Biotônico Fontoura)

Durante boa parte de sua história, o Biotônico Fontoura continha 9,5% de álcool etílico, proporção superior à de muitas cervejas e vinhos. A justificativa era simples: o álcool funcionava como conservante e ajudava a diluir os extratos vegetais e minerais da fórmula.

No entanto, esse detalhe se transformou em uma grande polêmica de saúde pública. O teor alcoólico chamou a atenção do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que em 1995 alertou para os riscos de embriaguez infantil e dependência química. Estudos indicaram que o consumo contínuo de tônicos com mais de 4,5% de álcool poderia aumentar a propensão ao alcoolismo na vida adulta.

Entre os efeitos colaterais registrados estavam náuseas, taquicardia, dor de cabeça e confusão mental — sintomas mais frequentes em crianças com baixa tolerância ao etanol.

O “remédio alcoólico” da Lei Seca americana

Na década de 1920, durante a Lei Seca nos Estados Unidos, quando a produção e o consumo de bebidas alcoólicas eram proibidos, o Biotônico Fontoura chegou a ser exportado e vendido como medicamento.

A alta concentração de álcool fez com que o produto fosse usado como uma forma legal de consumir álcool em território americano. Assim, o “tônico brasileiro” acabou conquistando um público inesperado, transformando-se num curioso caso de contrabando legalizado de álcool — disfarçado de remédio.

A intervenção da Anvisa e o fim da fórmula original

O auge do Biotônico começou a declinar no início dos anos 2000. Após uma série de debates sobre o teor alcoólico do produto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, em abril de 2001, que todas as fórmulas infantis deveriam eliminar o álcool etílico.

A medida obrigou a reformulação completa do Biotônico Fontoura, que passou a ser produzido sem etanol. A agência justificou a decisão como uma forma de proteger as crianças da exposição ao álcool, mesmo em doses pequenas.

Com a mudança, o remédio perdeu parte de sua popularidade e também do “mito” que o cercava. O produto continuou sendo vendido, mas já não ocupava mais o mesmo espaço nas prateleiras — e, principalmente, nas memórias das novas gerações.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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