Ela já foi chamada de “fruta esquecida”, mas está voltando aos holofotes da ciência moderna. A nêspera, (nome científico Mespilus germanica), é um fruto originário do sul da Ásia e do Cáucaso, cultivado há mais de 3 mil anos— e agora pesquisadores apontam que ela pode ser uma verdadeira aliada da longevidade e da saúde do fígado.
Tradicionalmente usada na medicina oriental para fortalecer o fígado, aliviar inflamações e equilibrar o organismo, a nêspera é rica em compostos bioativos como flavonoides, ácidos fenólicos, triterpenos e carotenoides, todos conhecidos por sua potente ação antioxidante. Esses elementos ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas instáveis que aceleram o envelhecimento e estão ligadas ao desenvolvimento de doenças crônicas.
De acordo com estudos conduzidos na China e no Japão, o consumo regular da fruta e de seus extratos reduz o estresse oxidativo, melhora a função hepática e estimula a regeneração do tecido do fígado. Em experimentos laboratoriais, os cientistas observaram que compostos presentes na nêspera diminuem a liberação de enzimas associadas a danos hepáticos e promovem a recuperação das células do órgão — inclusive em casos de lesões causadas por medicamentos.

Escudo natural contra inflamações e envelhecimento
As folhas da nêspera também merecem destaque. Elas concentram triterpenos, como o ácido ursólico, substância amplamente estudada por seu efeito anti-inflamatório e potencial de proteção celular. Esse composto é capaz de modular o sistema imunológico, reduzir inflamações crônicas e inibir processos ligados ao envelhecimento precoce da pele e dos órgãos internos.
Além disso, pesquisadores asiáticos relatam que os antioxidantes da nêspera melhoram a circulação, diminuem a pressão arterial e protegem os neurônios, o que pode ajudar na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e o Parkinson.
Uma “superfruta” esquecida
Embora tenha sido muito popular na Grécia e em Roma antigas — chegando a ser citada por Teofrasto, Chaucer e Shakespeare —, a nêspera caiu em desuso na Europa com o passar dos séculos. Hoje, é cultivada de forma limitada em algumas regiões da Turquia, Irã, Japão e sul da Europa, mas vem despertando novo interesse por parte da indústria farmacêutica e de pesquisadores de nutrição funcional.
Além dos antioxidantes, a fruta é uma excelente fonte de vitamina C, ferro e fibras, nutrientes essenciais para fortalecer o sistema imunológico, combater a fadiga e melhorar a digestão. Seu sabor, uma mistura entre maçã e damasco, combina bem em sucos, geleias e preparações doces.