No dia 5 de março, o presidente francês Emmanuel Macron declarou ter intenção de estender a proteção de seu arsenal nuclear a seus aliados, diante das movimentações na guerra Ucrânia-Rússia. Isso serviu de alerta para a Europa, no qual Macron afirmou que todos precisam estar preparados em caso dos Estados Unidos não “permaneçam ao nosso lado”.
Depois das falas do mandatário francês, os países da União Europeia (UE) concordaram que precisam de um plano de rearmamento em defesa do bloco, durante a reunião extraordinária realizada em Bruxelas. Quem também se manifestou foi a Rússia, que alegou não ter interesse em participar de uma corrida armamentista: “Eles não vão nos vencer, porque não nos envolveremos com eles. Vamos nos concentrar em nossos próprios assuntos e proteger nossos próprios interesses”, disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
Declarações de Macron são mal vistas por Putin
Apesar do Kremlin ter emitido uma nota contrária à ideia armamentista, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou as indiretas feitas por Emmanuel Macron, lamentando que existam “pessoas que querem retornar aos tempos de Napoleão Bonaparte, esquecendo como tudo terminou”. Essa fala remete ao acontecimento de 1812, quando tropas do imperador francês invadiram o Império Russo e tomaram Moscou, mas que não foi bem sucedida e precisaram ser retiradas do local.
O assunto continuou tendo repercussão negativa na Rússia e as falas de Macron também foram refutadas pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que comparou o mandatário francês com Adolf Hitler: “Ao contrário de seus antecessores, que também buscavam lutar contra a Rússia — Napoleão e Hitler —, o sr. Macron não age muito diplomaticamente. Eles (Napoleão e Hitler) declaravam abertamente: ‘Nós devemos conquistar e derrotar a Rússia’. Aparentemente, ele quer a mesma coisa, mas, por alguma razão, diz ser necessário lutar contra a Rússia para que ele não derrote a França”.