A Polícia Civil do Distrito Federal, em conjunto com a Receita do DF, deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Hollow Company, para desmontar um sofisticado esquema de fraude tributária que movimentou cerca de R$ 500 milhões desde 2018 sem pagar um centavo em impostos. O nome da operação, que significa “empresa oca”, reflete a natureza da companhia envolvida: uma empresa de fachada criada exclusivamente para emitir notas fiscais falsas e gerar créditos tributários fraudulentos.
A investigação revelou que a suposta indústria de embalagens plásticas, registrada no Distrito Federal, servia como “noteira” para beneficiar empresas do mesmo ramo localizadas em Campinas, Suzano, Jaguariúna (SP) e até Florianópolis (SC) — todas ligadas aos mesmos sócios da empresa-mãe.
16 mandados e R$ 47 milhões em bens bloqueados
A ofensiva contou com 16 mandados de busca e apreensão em imóveis de luxo e sedes empresariais nos três estados. Somente em Jaguariúna, no interior paulista, a polícia apreendeu 41 veículos de luxo, 32 imóveis e até um complexo industrial completo, todos avaliados em R$ 47 milhões, já bloqueados pela Justiça como forma de ressarcimento aos cofres públicos.
Entre os alvos está um empresário residente no condomínio de alto padrão Villaggio D’Italia, apontado como representante legal das empresas envolvidas.


Crimes e penas
Os investigados devem responder por uma série de crimes, incluindo:
- Sonegação fiscal
- Falsidade ideológica
- Associação criminosa
- Lavagem de dinheiro
As penas somadas podem ultrapassar 24 anos de prisão. O inquérito corre sob responsabilidade da 2ª Vara Criminal de Brasília.
A operação mobilizou 70 policiais civis e auditores fiscais, com apoio das Polícias Civis de São Paulo e Santa Catarina.