Um verdadeiro “milagre arqueológico” chamou a atenção de pesquisadores na Suécia: um anel de ouro com a imagem de Jesus Cristo foi encontrado durante escavações na cidade de Kalmar, no sul do país, em estado quase impecável — mesmo após permanecer enterrado por cerca de 500 anos.
A joia, delicada e ricamente detalhada, data do século XV e provavelmente pertencia a uma mulher da época, segundo os arqueólogos do grupo Arkeologerna, que lideram as escavações. Apesar do material precioso e da figura religiosa esculpida, os especialistas acreditam que o anel era de um cidadão comum — não da nobreza — e que tenha sido perdido, talvez por acidente, já que foi localizado em uma área que os pesquisadores interpretam como depósito de lixo medieval.
“É surpreendente encontrar uma peça de ouro com tanto tempo enterrada em condições tão boas. O anel parece quase novo”, afirmou Magnus Stibéus, arqueólogo responsável pelo projeto.
“É como abrir uma janela direta para a vida cotidiana de séculos atrás.”
Milagre? Estado de conservação impressiona especialistas
Apesar de não haver sinais sobrenaturais associados ao objeto, o que muitos chamam de “milagre” é justamente o fato de a peça ter resistido por séculos sem sinais relevantes de desgaste. Diferente de muitos outros artefatos corroídos pelo tempo ou danificados por ações humanas, o anel foi encontrado com detalhes visíveis, sem rachaduras e com a imagem de Cristo preservada.
A descoberta faz parte de uma escavação inédita em escala na cidade antiga de Kalmar, que já revelou mais de 30 mil artefatos entre os séculos XIII e XVII — incluindo restos de construções, utensílios, moedas, espadas e objetos religiosos.

Outro achado relevante no local foi um alsengem, amuleto usado por peregrinos na Idade Média, datado dos séculos XIII ou XIV. Diferente do anel, o alsengem estava quebrado, indicando que pode ter sido descartado intencionalmente.
Kalmar, com pouco mais de 40 mil habitantes atualmente, foi palco de eventos históricos importantes, como a Guerra de Kalmar em 1611, quando a cidade foi atacada pelos dinamarqueses. As escavações concentram-se em cerca de 50 terrenos medievais, partes das muralhas da cidade antiga e ruas que já foram o centro da vida urbana escandinava durante séculos.