Para muitas pessoas, a ideia de ir ao espaço é um sonho. Mas os astronautas que conseguem realizar esse sonho enfrentam perigos não só na viagem, mas também quando voltam à Terra. Esta semana, Suni Williams e Butch Wilmore voltaram ao planeta depois de mais de nove meses na ISS – a Estação Espacial Internacional.
Williams e Wilmore partiram em junho para uma missão na ISS. Mas o que era para ser uma estadia de oito dias acabou se estendendo para nove meses, 286 dias. A cápsula Starline, da Boeng, deveria ter trazido a dupla de astronautas de volta em junho do ano passado, mas ela teve problemas técnicos.
Ainda assim, essa não foi a maior permanência de humanos no espaço. O astronauta Frank Rubio detém o recorde da Nasa, com 371 dias seguidos, cerca de um ano, em órbita.
Os astronautas podem ter sequelas depois de nove meses no espaço?
“O espaço é de longe o ambiente mais extremo que os humanos já encontraram e simplesmente não evoluímos para lidar com as condições extremas”, declarou Damian Bailey, que estuda fisiologia humana na Universidade de South Wales, no Reino Unido, à BBC.
Um dos maiores perigos das viagens espaciais é a exposição à radiação espacial, que aumenta o risco de câncer e de estresse oxidativo e pode causar problemas como envelhecimento precoce e doenças cardiovasculares. Outro problema é a microgravidade, que diminui a densidade óssea dos astronautas e altera os níveis de minerais no corpo, causando riscos à saúde desses profissionais.
Com a microgravidade, os fluidos do corpo não são puxados para as pernas, mas para o peito e para o rosto, podendo ocasionar inchaço no cérebro e mudanças nos olhos. Essa pressão pode causar “síndrome neuro-ocular associada ao voo espacial”, que pode resultar em danos irreversíveis a visão.