O salário mínimo de 2025 foi oficialmente fixado em R$ 1.518, um aumento de R$ 106 em relação ao valor de 2024, que era de R$ 1.412. Apesar do reajuste, o novo valor ainda está muito distante do considerado ideal para garantir o sustento de uma família brasileira, segundo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o levantamento, o salário mínimo necessário para cobrir todas as despesas básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.075,83 em setembro deste ano — mais de quatro vezes o valor atual. Em janeiro, o valor calculado havia sido ainda maior: R$ 7.156,15.
O cálculo do Dieese tem como base o preço da Cesta Básica de Alimentos, levando em conta o custo de vida médio nas capitais brasileiras. A cesta de São Paulo continua sendo a mais cara do país, custando R$ 851,82 em setembro, seguida por Florianópolis (R$ 808,75) e Rio de Janeiro (R$ 802,88).
O levantamento apontou aumento nos preços em 13 das 17 capitais pesquisadas, o que reforça a dificuldade de equilibrar os gastos familiares com o salário vigente. O estudo também recorda o que determina a Constituição Federal, segundo a qual o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, transporte, lazer e previdência.
Política de valorização do salário mínimo
O reajuste faz parte da política de valorização do salário mínimo, uma das bandeiras do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O cálculo combina a inflação do ano anterior com a variação positiva do PIB de dois anos antes, garantindo aumento real — ou seja, acima da inflação.
A medida tem como objetivo recuperar o poder de compra das famílias e impulsionar o consumo interno. Segundo o governo, essa política também contribui para reduzir desigualdades e movimentar a economia em setores de baixa renda.
Proposta para 2026 pr novo aumento
No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, enviado ao Congresso Nacional, o governo propôs um novo reajuste, elevando o piso nacional para R$ 1.631, o que representa um aumento de 7,44% sobre o valor atual.
A proposta supera ligeiramente a previsão feita na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estimava o mínimo em R$ 1.630. O texto ainda será analisado e votado pelo Legislativo até o final do ano.




