Com as mudanças climáticas e com a desigualdade da distribuição de água, o Brasil pode sofrer com a falta desse recurso até 2050, de acordo com uma projeção elaborada pelo Instituto Trata Brasil. Em média, as cidades brasileiras sofreriam com racionamento pelo menos 12 dias por ano. Em partes mais secas do Nordeste e do Centro-Oeste, essa restrição poderia passar dos 30 dias.
Esses dados vêm do estudo Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas, divulgado pelo Trata Brasil em parceria com a consultoria Ante no final de outubro. De acordo com a Agência Brasil, o objetivo do estudo foi projetar cenários de demanda de água pelo Brasil daqui a 25 anos.
“Onde já enfrentamos escassez, como em partes do Nordeste e Centro-Oeste, a falta de água pode se prolongar por mais de 30 dias, o que traz impactos severos na saúde e na qualidade de vida das pessoas. É fundamental agir agora para promover eficiência, e preparar o país para enfrentar os desafios que as mudanças climáticas trarão nos próximos anos”, afirma Luana Pretto, presidente executiva do instituto.
Demanda por água vai aumentar até 2050 e produção tem que acompanhar
Em um cálculo que considera o crescimento do nosso Produto Interno Bruto (PIB) e o atual índice de perdas, o estudo afirma que o aumento da demanda por água no nosso país até 2050 exigiria um aumento de 59,3% em relação à quantidade tratada em 2023. Além do aumento da população, o estudo afirma que o aumento da demanda por água também seria causado pelas temperaturas mais altas.
Combinando as temperaturas mais altas e a diminuição das chuvas, o levantamento afirma que regiões mais áridas do país se tornariam ainda mais áridas e áreas que nem são estariam sob risco de desertificação.



