Uma equipe internacional de astrônomos anunciou a descoberta de uma nova lua orbitando Urano, o penúltimo planeta do Sistema Solar. O achado foi feito em 2 de fevereiro com o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, e confirma a existência de um pequeno corpo celeste até então desconhecido, aumentando para 29 o número de luas conhecidas do planeta.
O novo satélite natural foi provisoriamente batizado de S/2025 U1 e tem cerca de 10 quilômetros de diâmetro, segundo estimativas do Southwest Research Institute (SwRI), nos Estados Unidos, que liderou a descoberta.
A lua foi identificada a partir de dez exposições de 40 minutos cada, feitas pela câmera infravermelha (NIRCam) do James Webb. O objeto foi detectado em meio ao brilho intenso dos anéis de Urano e à luz do próprio planeta — o que explica por que ele passou despercebido por telescópios anteriores e até pela Voyager 2, que sobrevoou o sistema uraniano em 1986.
O pequeno tamanho e o baixo poder de reflexão da nova lua dificultaram sua observação. “É uma das menores e mais fracas luas já detectadas em Urano”, destacou Matthew Tiscareno, pesquisador do SETI Institute, na Califórnia, e membro da equipe responsável pela descoberta.

A nova integrante da família uraniana
A recém-identificada S/2025 U1 orbita a cerca de 56 mil quilômetros do centro de Urano, entre as luas Ophelia e Bianca, dentro do sistema de anéis do planeta. Sua órbita é quase circular, o que sugere que ela se formou próxima à sua posição atual.
O achado reforça a complexidade do sistema de luas internas de Urano — que, segundo os astrônomos, pode revelar informações sobre a origem e evolução dos anéis do planeta.
“Nenhum outro planeta tem tantas pequenas luas internas quanto Urano. As interações entre elas e os anéis indicam um passado turbulento, que mistura características de um sistema de anéis e de luas”, explicou Tiscareno.
Um telescópio que redefine a astronomia
O James Webb, lançado em 2021, é o mais poderoso telescópio espacial já construído. Sua capacidade de observar em luz infravermelha permite detectar objetos frios e distantes, invisíveis a instrumentos ópticos tradicionais.
“Essa descoberta mostra o poder do James Webb para observar mais fundo do que nunca. É um achado empolgante e abre a porta para novas descobertas ao redor de Urano”, comentou Scott Sheppard, astrônomo da Carnegie Institution for Science, que não participou do estudo.
Próximos passos e nome oficial
O novo corpo celeste ainda aguarda nomeação oficial pela União Astronômica Internacional (IAU), responsável por batizar objetos astronômicos. Seguindo a tradição, todas as luas de Urano recebem nomes de personagens das obras de William Shakespeare e Alexander Pope.
A equipe do SwRI continuará monitorando o planeta com o James Webb para confirmar a órbita e estudar a composição da nova lua, além de procurar outros possíveis satélites escondidos no sistema uraniano.