Além de estimular a criatividade, melhorar a coordenação motora e a memória, reduzir o estresse, entre outras vantagens, saber tocar um instrumento também pode influenciar positivamente sua qualidade de vida ao envelhecer.
Publicado na revista científica PLOS Biology, um estudo apontou o hábito ajuda a combater uma característica comum do envelhecimento: a diminuição das capacidades mentais e sensoriais. Os pesquisadores mediram a atividade cerebral de 50 idosos, metade músicos e a outra metade não músicos, e 24 jovens não músicos usando ressonância magnética funcional. Os participantes tinham que identificar sílabas faladas no meio do ruído.
Como explica matéria do O Globo, a forma como usamos nossos sentidos para captar informações depende das conexões entre áreas do cérebro, o que chamamos de conectividade funcional.
Os idosos músicos tiveram um padrão de conectividade mais próxima ao de jovens não músicos, o que significa que eles conseguiram identificar sílabas em meio ao ruído com mais facilidade. Os idosos não músicos, por outro lado, tiveram um padrão mais desorganizado.
Como tocar um instrumento evita o declínio cognitivo
De acordo com a ciência, algumas atividades, como tocar instrumento ou falar mais de um idioma, exigem um alto processamento mental. Por isso, essas atividades constroem a reserva cognitiva, uma espécie de “poupança” para o cérebro que ajuda a combater o declínio cognitivo típico da terceira idade.
“Assim como um instrumento bem afinado não precisa ser tocado mais alto para ser ouvido, os cérebros dos músicos idosos permanecem afinados graças a anos de prática”, explicou uma das líderes da pesquisa, Yi Du, da Academia Chinesa de Ciência, de acordo com O Globo.