Com a morte do Papa Francisco na última semana, a Igreja Católica se prepara para um novo capítulo em sua história. O conclave que escolherá o próximo pontífice deve começar entre os dias 6 e 11 de maio, seguindo as regras do Vaticano que determinam a realização da eleição entre 15 e 20 dias após o falecimento de um papa.
No total, 135 cardeais estão aptos a votar e também a serem escolhidos para ocupar o trono de São Pedro, entre eles sete brasileiros.
Como será o processo de escolha
O conclave acontecerá dentro da Capela Sistina, no Vaticano, em um ambiente de absoluto sigilo. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem participar como eleitores. Embora haja 252 cardeais no total, apenas os que estão abaixo desse limite etário poderão votar, segundo as regras estabelecidas.
A tradição manda que os cardeais façam um juramento de segredo antes de serem enclausurados na chamada “zona de Conclave”. Durante o processo, eles ficam completamente isolados do mundo exterior, sem acesso a telefones, televisão ou internet.
As votações são realizadas em sessões pela manhã e à tarde, com até quatro rodadas de votação por dia. Para que um novo papa seja eleito, é necessário conquistar dois terços dos votos.
Caso não haja consenso até o terceiro dia, uma pausa para orações é realizada, e se ainda assim o impasse persistir, outras medidas são tomadas — como a realização de um “segundo turno” entre os dois cardeais mais votados, após 34 escrutínios.
O cenário atual: brasileiros na disputa
Entre os 135 eleitores, sete são brasileiros. Dom Paulo Cezar Costa, atual cardeal-arcebispo de Brasília, é um dos nomes que representa o Brasil no conclave. Outros três representantes nasceram em cidades de Santa Catarina: Gaspar, Forquilhinha e Mafra.

O cardeal Raymundo Damasceno, apesar de já estar em Roma e ser elegível para ser escolhido papa, não poderá votar devido à idade — ele tem 88 anos.
O que esperar do novo conclave
A expectativa é de que o novo papa reflita os desafios atuais da Igreja e dialogue com as transformações da sociedade moderna. Assim como ocorreu em 2013, quando o argentino Jorge Mario Bergoglio foi escolhido e se tornou o Papa Francisco em apenas 28 horas de conclave, existe a possibilidade de uma eleição rápida, mas também pode haver demora caso não se alcance consenso nos primeiros dias.
A Igreja Católica, com seus cerca de 1,4 bilhão de fiéis no mundo todo, volta seus olhos para o Vaticano. Nos próximos dias, o futuro espiritual da instituição será moldado por 135 homens, em um processo que combina tradição, fé e decisões que podem impactar gerações.