Um diamante bruto de 646,78 quilates foi encontrado em Coromandel, no interior de Minas Gerais, e já entrou para a história da mineração brasileira. De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), a pedra foi extraída em uma área com Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) regularmente titulada e fiscalizada, garantindo que todo o processo siga critérios legais.
Essa é a segunda maior descoberta de diamante já registrada no Brasil. O recorde continua sendo do famoso “Getúlio Vargas”, de 727 quilates, também encontrado em Coromandel, em 1938.

A comercialização do diamante deverá seguir as normas do Processo de Certificação de Kimberley (CPK), um acordo internacional que impede o uso de pedras preciosas no financiamento de conflitos armados.
Nesse procedimento, a ANM é responsável por identificar, caracterizar, fotografar e embalar o lote de forma lacrada, emitindo o certificado apenas quando todos os requisitos são atendidos. A medida garante transparência e segurança ao mercado internacional.
Impacto econômico e social
Além do valor de mercado, que pode chegar a milhões de dólares, a descoberta traz benefícios diretos para a população local. Por meio da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), uma alíquota de 2% sobre a receita bruta da venda retornará ao município. Os recursos serão aplicados em saúde, educação e infraestrutura, setores essenciais para o desenvolvimento da região.
Especialistas apontam que achados dessa magnitude reforçam a vocação mineral de Minas Gerais e atraem a atenção do mercado global de gemas.
Tradição que atravessa gerações
Coromandel, no Triângulo Mineiro, já é reconhecida mundialmente como um polo de diamantes. O novo achado não apenas reafirma a tradição local, mas também fortalece a posição do Brasil como fornecedor de pedras preciosas em um mercado altamente competitivo.
Segundo a ANM, a descoberta foi oficialmente registrada em 29 de maio de 2025 no Cadastro Nacional de Comércio de Diamantes (CNCD). Agora, a expectativa se volta para a avaliação de mercado e para o destino final da raridade, que deve circular entre colecionadores e investidores de alto padrão.