Em um esforço para conter o avanço do Alzheimer, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) estão investigando o veneno da vespa social Polybia occidentalis. Esta doença neurodegenerativa afeta mais de 1,2 milhão de brasileiros e representa um desafio significativo tanto para as famílias quanto para o sistema de saúde do país.
Sob coordenação de uma equipe interdisciplinar e com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), a pesquisa visa encontrar soluções inovadoras e eficazes para o tratamento da doença.
O estudo, iniciado em 2023 na UnB, foca na extração de um peptídeo do veneno da vespa. Esse composto, conhecido como octo vespina, mostrou em estudos laboratoriais potencial para atuar contra a proteína beta-amiloide, que está diretamente ligada ao desenvolvimento do Alzheimer.
Testes preliminares em modelos animais indicam melhoria nos déficits cognitivos, o que gera expectativa para um tratamento eficaz.
Pesquisa promissora em fase experimental
Os cientistas da UnB estão explorando a aplicação intranasal do peptídeo como método para garantir que a substância alcance o cérebro de maneira eficaz. Esta abordagem é menos invasiva e promete um tratamento seguro e mais acessível para os pacientes.
No entanto, avanços adicionais nas etapas clínicas são necessários.
A pesquisa ainda enfrenta desafios significativos em termos de logística e financiamento, principalmente para aquisição de equipamentos e reagentes. A colaboração entre diferentes áreas, incluindo nanotecnologia e bioinformática, é crucial para o progresso contínuo.
Apesar dos progressos, a transição para testes em humanos e aprovação regulatória é um processo complexo e prolongado. Os pesquisadores preveem que etapas como ensaios clínicos devem acontecer nos próximos anos, embora ainda sem uma data exata definida.