O Grupo Abra — holding que controla a Gol Linhas Aéreas e a Avianca — anunciou um plano ousado de renovação e expansão de frota, com a incorporação de até sete aeronaves Airbus A330neo e exercício de compra de 50 novas opções do A320neo, que se somam às 88 já contratadas.
A decisão marca uma possível virada estratégica da Gol, tradicionalmente associada à operação exclusiva de jatos Boeing 737, e abre caminho para que a companhia ingresse no segmento de voos de longo curso com aeronaves de maior porte e autonomia.
Durante o ALTA AGM & Airline Leaders Forum 2025, realizado em Lima, no Peru, o CEO da Gol, Celso Ferrer, confirmou o interesse em operar o Airbus A330neo no mercado brasileiro.
“O Brasil tem enorme potencial para operações com aeronaves de maior capacidade, e estamos olhando com cuidado para essa questão. Mas a decisão final cabe ao Grupo Abra”, afirmou o executivo.
O movimento é visto como um passo importante para reposicionar a companhia no cenário internacional e enfrentar concorrentes que já utilizam aeronaves de grande porte em rotas de alta demanda.
O plano do Grupo Abra
Na semana passada, o Grupo Abra anunciou acordos de leasing operacional com a Avolon Aerospace Leasing Limitedpara o arrendamento de cinco aeronaves Airbus A330-900, com entregas previstas para 2026. Além disso, foi assinada uma Carta de Intenção para até duas unidades adicionais.
Embora o contrato tenha sido firmado pela Gol, o comunicado oficial deixa claro que os aviões fazem parte do planejamento conjunto do Grupo Abra, e que ainda será decidido se serão operados pela Gol ou pela Avianca.
Segundo Ferrer, o movimento reforça a estratégia de integração e modernização das frotas das empresas controladas pela holding.
“Estamos alinhados a uma política conjunta que busca eficiência e expansão sustentável. O A330neo é um avião moderno, econômico e com excelente alcance para o perfil da região”, disse.
O “gigante” da Airbus
O Airbus A330neo, considerado um dos modelos widebody mais avançados do mundo, oferece redução de até 25% no consumo de combustível em relação à geração anterior e autonomia superior a 13 mil quilômetros. O modelo pode transportar até 440 passageiros, dependendo da configuração, o que o torna ideal para rotas internacionais de longa distância e mercados domésticos de alta densidade.
Com esse movimento, o Grupo Abra busca diversificar sua operação e reduzir a dependência de aeronaves de corredor único, fortalecendo a competitividade frente a companhias que já operam jatos de grande porte, como a LATAM e a Azul.




